G20: Lula mira em Baku, cobra resultados e pede criação de conselho climático na ONU

Na terceira e última sessão plenária do G20, o presidente Lula mira na COP29 em Baku, no Azerbaijão. O financiamento de ações de combate à mudança do clima é o grande nó das negociações.

Vivian Oswald, correspondente da RFI no Rio de Janeiro

Durante discurso, Lula fez cobranças aos países desenvolvidos e aos em desenvolvimento. "Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais", disse o presidente. "Aos países em desenvolvimento, faço um chamado para que suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. É essencial que considerem adotar metas absolutas de redução de emissões", destacou.

As NDCs são os objetivos de cada país em termos de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil apresentou as suas em 8 de novembro, com uma meta de redução entre 59% e 67% até 2035.

O chefe de estado, no entanto, fez questão de lembrar que a bússola dos países em desenvolvimento continua sendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, que permite que os países em desenvolvimento participem do regime climático mundial, sem a necessidade de renunciar a seu desenvolvimento nacional. "Esse é um imperativo da justiça climática. Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais", disse o presidente brasileiro.

COP30 

Lula afirmou que não se pode adiar para Belém, cidade que sediará a COP30 sob presidência brasileira, a tarefa de Baku, afirmando que "na luta para a sobrevivência, não há lugar para o negacionismo e a desinformação".

"A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático. Conto com todos para fazer de Belém a COP da virada", concluiu.

O Brasil convidou a comunidade internacional a considerar a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, que articule diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados.

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Na conferência da ONU sobre as mudanças climáticas em Baku, no Azerbaijão, os negociadores entraram na segunda semana e a declaração comum da Cúpula do G20 publicada na noite de segunda-feira, dividiu opiniões.

Os progressos feitos sobre o financiamento climático foram celebrados, mas os participantes da cúpula da ONU lamentaram a falta de um impulso decisivo, e a ausência de um compromisso para acelerar "a transição para o abandono das energias fósseis". Esta fórmula, que os negociadores conseguiram que entrasse pela primeira vez com grande esforço no texto final da COP28, em Dubai, e considerada branda por ecologistas, não foi citada pelo documento do G20 no Rio.

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