Menos badalado que o PSG, Paris FC deve ser comprado pela família mais rica da França, dona da Louis Vuitton
Um clube de futebol que leva Paris no nome, ostenta a Torre Eiffel no escudo e tem Raí como um de seus embaixadores. Naturalmente o que deve vir primeiro à mente é o PSG, equipe francesa de maior alcance internacional. Mas estamos falando do Paris Futebol Clube, outro time da capital, menos famoso, mas igualmente tradicional, como seu rival bilionário.
O Paris FC ganhou destaque nos jornais franceses nesta última semana por conta do interesse do clã Arnault em comprar o clube. A família é a mais rica da França e a terceira mais abastada do mundo, proprietária do grupo LVMH, que controla a Louis Vuitton, líder mundial no mercado de artigos de luxo.
Em coletiva de imprensa, Antoine Arnault, CEO do grupo, explicou os motivos que o levaram a querer comprar a equipe e o perfil do projeto. Ele pretende levar o clube à primeira divisão do campeonato francês, a Ligue 1.
"Com certeza, há espaço para outro clube em Paris, com sua própria filosofia. Nossa proposta será diferente", Antoine Arnault, CEO do grupo LVMH.
Para ele, o Paris FC vai levar alegria aos torcedores da capital francesa, com uma filosofia mais humana. "Pessoalmente, gosto muito da natureza familiar deste clube, e não estou dizendo que tudo permanecerá exatamente como é hoje. É claro que vamos crescer e melhorar, mas esse toque familiar, essa proximidade que temos com o público, que os jogadores têm com a equipe, que a equipe tem com o público, eu acho fantástico e é um aspecto que vamos manter e trabalhar", disse.
Segundo Arnault, esse é um projeto ambicioso, mas sem deixar de ser realista. "O clube em si é muito sólido. É um ótimo clube da Ligue 2 no momento, e vamos tentar transformá-lo em um ótimo clube da Ligue 1", detalha.
A compra deverá ser concluída ainda este mês, após a Assembleia Geral extraordinária marcada para a próxima sexta-feira (29), que vai aprovar o novo conselho administrativo do clube.
Parceria com a Red Bull
O objetivo inicial é estabelecer o Paris FC na elite do futebol francês e fazer dele um grande time formador de jovens talentos, revelando novos jogadores para o futebol europeu. Para isso, a família Arnault terá ao seu lado a Red Bull, que será acionista minoritária e parceira esportiva.
"Queremos construir um clube que, no final, talvez tenha 5, 6, 7 e, por que não, 8 jogadores do nosso próprio centro de formação (...) A ideia é reproduzir a fórmula que a Red Bull aplica ao Leipzig, da Alemanha. Eles assumiram o clube na quinta divisão e chegaram à Liga dos Campeões em sete anos, com esta fórmula de deixar os jovens jogadores jogarem, dar confiança a eles, fazê-los crescer e, quando ganham valor, vendê-los", explicou Arnault.
Por meio da parceria com a Red Bull, o Paris FC poderá contar também com a experiência do ex-técnico alemão Jurgen Klopp, que comandou o Borussia Dortmund e o Liverpool, onde conquistou a Liga dos Campeões. Ele será o novo diretor-geral de futebol do grupo austríaco.
"Conversei várias vezes com Klopp, que está muito empolgado com esse projeto e com a perspectiva de vir trabalhar conosco, para nos ajudar com sua visão sobre como as coisas podem ser melhoradas ainda mais. E a Red Bull, nós vamos utilizar seu conhecimento, vamos trabalhar junto com eles. Eles também têm ferramentas de dados absolutamente revolucionárias", conta Arnault.
De olho na elite do futebol francês
Para o Paris FC, o caminho até a elite do campeonato francês parece estar mais perto, já que o clube lidera a Ligue 2, a segunda divisão. O projeto mais modesto contrasta em muitos aspectos com o do PSG, que ambiciona o topo do futebol europeu, além de um alcance global de sua marca. Mas o "primo rico" não deixa de ser uma referência.
"O PSG é um clube para o qual torço desde os 12 anos. Fui sócio-torcedor durante muitos anos, agora sou convidado pelo meu amigo Nasser Al-Khelaïfi. Você nunca me ouvirá dizer algo negativo sobre o PSG. É um clube que admiro, que alcançou feitos extraordinários", diz o CEO do grupo LVMH. "Mesmo no dia em que estivermos na Ligue 1, torcerei pelo PSG, exceto duas vezes por ano. Acho que o que seus acionistas e o Nasser conseguiram após anos é extraordinário. Não é à toa que o PSG está entre os cinco clubes mais valiosos da Europa", avalia.
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Quero receberA relação com o rival da capital francesa não para por aí. Apesar de menos conhecido, o Paris FC é uma espécie de irmão mais velho, tendo sido criado em 1969. O clube está até mesmo ligado à origem do PSG, que surgiu um ano depois, em 1970.
Além disso, os dois times compartilham a admiração de um grande nome do futebol brasileiro. Ídolo do PSG, o ex-jogador Raí é o atual embaixador do Paris FC e frequentemente marca presença nos jogos da equipe.
"Estou fazendo parte de um projeto muito ambicioso que está começando e é histórico. É o início de uma bela história", Raí, ex-jogador brasileiro e atual embaixador do Paris FC.
Tudo indica que, em breve, Paris terá dois clubes na elite do futebol francês, com proprietários de grande poder financeiro. Agora é aguardar para ver o patamar que o projeto do Paris FC irá alcançar.
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