China se prepara para nova guerra comercial com os Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve cumprir neste sábado (1°) sua ameaça de aumentar em 25% as alíquotas de importação sobre produtos do Canadá e do México, além de impor um aumento de 10% nas importações da China. Pequim ainda não reagiu oficialmente, mas vem preparando sua resposta há meses.

A medida não é nenhuma surpresa. O primeiro mandato de Donald Trump já havia sido marcado por tensões comerciais entre os dois países, tensões que continuaram em grande parte ainda sob Joe Biden. Empresas chinesas já transferiram parte de sua produção para o Vietnã ou Camboja, por exemplo, para contornar esses novos impostos.

Enquanto aguarda negociações futuras, Pequim se apresenta ao mundo como defensora do multilateralismo. Segundo Ding Xuexiang, vice-primeiro-ministro chinês, no Fórum Econômico Mundial em Davos, "estamos à beira de uma nova guerra comercial".

"É claro que a globalização pode causar tensões, mas essas tensões só podem ser resolvidas promovendo o multilateralismo. O protecionismo não leva a lugar nenhum e as guerras comerciais não têm vencedores", disse.

Soja, Tesla e iPhone

Mas isso não significa que Pequim pretenda ficar de braços cruzados e não fazer nada. A retaliação chinesa pode voltar a atingir os produtores de soja americanos, altamente dependentes do mercado chinês, ou a Tesla, a empresa de carros elétricos de Elon Musk, aliado próximo de Donald Trump.

Além disso, os novos impostos devem afetar preços de produtos que tinham sido poupados até agora, como eletrônicos ou iPhones, pela inflação, mas que poderão começar a subir nos Estados Unidos. Esta consequência da guerra comercial poderia transformar os consumidores americanos em aliados de Pequim.

(Com AFP)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.