Morre Virginia Giuffre, que acusou príncipe Andrew e Jeffrey Epstein de abuso sexual

Virginia Giuffre havia acusado o bilionário norte-americano Jeffrey Epstein, que morreu sob custódia em 2019, de tê-la usado como "escrava sexual" no início dos anos 2000. A norte-americana com cidadania australiana havia firmado, em 2022, um acordo de vários milhões de dólares com o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III do Reino Unido, a quem ela acusava de agressão sexual quando ainda era menor de idade no caso.

 

"É com o coração partido que anunciamos que Virginia faleceu na noite passada, em sua fazenda na Austrália", declarou a família em um comunicado enviado à AFP por meio de sua agente.

"Ela tirou a própria vida depois de ter sofrido ao longo de sua vida com os abusos sexuais e o tráfico sexual dos quais foi vítima." "Não há palavras que possam expressar a grande perda que sentimos hoje com a morte de nossa doce Virginia", disse a família, lembrando sua "incrível coragem e espírito amoroso". "No final das contas (...) tornou-se insuportável para Virginia carregar o peso dos abusos que sofreu."

Virginia Giuffre deixa três filhos: Christian, Noah e Emily, informou sua família. Sua advogada, Sigrid McCawley, que considerava Virginia uma "amiga muito querida", destacou que ela contribuiu para defender outras vítimas neste caso.

Príncipe Andrew cai em desgraça 

"A sua coragem me fez lutar com mais força, e sua força era impressionante." A agente nova-iorquina Dini von Mueffling descreveu sua cliente como "uma das pessoas mais extraordinárias que ela já conheceu".

"Profundamente amorosa, sábia e engraçada, ela foi um farol para outros sobreviventes e vítimas", disse ela. As acusações de Virginia Giuffre contribuíram para a queda do príncipe Andrew, que se afastou da vida pública.

Caso Epstein começou em 2019

O bilionário Jeffrey Epstein foi preso nos Estados Unidos. O financista de 66 anos foi acusado dois dias depois de exploração sexual de menores e associação criminosa, crimes que poderiam resultar em até 45 anos de prisão.

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Ele era acusado de, entre 2002 e 2005, ter levado menores para suas residências em Manhattan e Palm Beach, na Flórida, "para se envolver em atos sexuais com ele, depois do que ele lhes dava centenas de dólares em dinheiro".

No dia 10 de agosto de 2019, Jeffrey Epstein foi encontrado enforcado em sua cela. O processo contra ele foi encerrado de fato. A autópsia confirmou o suicídio por enforcamento.

Acusado na Flórida antes de recorrer aos serviços de prostitutas menores, Epstein havia sido condenado em 2008 a uma pena de prisão reduzida de 13 meses.

No mesmo caso, a ex-socialite britânica e ex-namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell, foi considerada culpada por crimes sexuais em 29 de dezembro de 2021 por um tribunal de Nova York.

(RFI com AFP)

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