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Carvalho diz que processo contra Rosemary na CGU é "natural"

Daniela Martins

29/01/2013 14h31

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, classificou como "natural" a abertura de processo de investigação na Controladoria-Geral da União (CGU) contra a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.

"Toda vez que ocorre um episódio lamentável deste tipo, é natural que todas as esferas que tenham a sua responsabilidade cumpram seu papel de investigação. Está na nossa norma pública que quando um funcionário comete um desvio, é acusado de algum desvio, o seu órgão respectivo tome providências", declarou após participar nesta manhã do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas.

O ministro minimizou a nova etapa de apuração das denúncias contra Rosemary que foi iniciada ontem atendendo ao pedido da Casa Civil da Presidência da República, que já havia analisado preliminarmente o caso por meio de uma comissão de sindicância. Segundo ele, trata-se de uma "fase de investigação" em que o acusado tem direito de se defender das acusações.

"Foi natural que houvesse uma comissão que examinasse a questão e que agora, simplesmente, vai se fazer um processo, um PAD [processo administrativo disciplinar], um processo administrativo que vai fazer a verificação. É tudo ainda em fase de investigação, de tomada de cuidado com, de um lado, a eficiência necessária, e ao mesmo tempo o cuidado para o direito de defesa que cada pessoa tem", disse. "Acho que isso é democracia."

Rosemary perdeu o cargo por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção e venda de pareceres técnicos em órgãos do governo desvendado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Ela foi nomeada para o cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além da apuração iniciada pela CGU, Rosemary pode ser alvo de investigação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

O órgão também deu início nesta segunda-feira a um procedimento que pode resultar na abertura de processo contra os membros do governo envolvidos no esquema da Operação Porto Seguro. Além da ex-chefe do gabinete da Presidência na capital paulista, estão em análise pela comissão os do ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira; seu irmão, Rubens Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil; e do ex advogado-geral da União adjunto José Weber de Holanda. Todos foram indiciados pela PF por envolvimento no esquema.