Recreios silenciosos: como o celular virou o vilão nas escolas | Podcast UOL Prime #47

Vinte e três minutos é o tempo que uma pessoa leva para recuperar a atenção perdida ao receber uma notificação no celular. Essa distração, multiplicada pelas dezenas de mensagens e alertas diários, transforma o celular em um vilão do aprendizado em sala de aula.

O Congresso articula a aprovação de uma lei que visa proibir o uso do aparelho por estudantes da educação básica, desde a creche até o ensino médio.

Responder a uma mensagem de WhatsApp durante a aula pode virar falta grave nas escolas públicas e privadas de todo o país.

A medida é baseada na ciência.

Estudos avalizados pela Unesco mostram que o uso excessivo de telas prejudica não só a aprendizagem, mas também a capacidade de crianças e adolescentes de interagirem entre si, resolverem problemas, lidarem com a ansiedade e desenvolverem autoestima.

Para detalhar as implicações dessa proposta e explorar as controvérsias sobre o uso de celulares nas escolas, o podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, ouviu a repórter Adriana Ferraz sobre a reportagem "O que muda com a proibição dos celulares nas salas de aula do país".

"Estamos falando de consequências sérias para a saúde mental, como o aumento de automutilação em adolescentes, que foi correlacionado ao uso excessivo de redes sociais", destaca Ferraz.

Em São Paulo, a medida deve entrar em vigor já no próximo ano letivo.

"A decisão foi inspirada em legislações internacionais, mas adaptada à realidade brasileira. A ideia é não apenas melhorar o ambiente escolar, mas também incentivar novas formas de interação entre os alunos", explica Adriana.

"No Rio, visitamos uma escola pública onde a regra de proibição já está valendo desde fevereiro. Lá, o recreio era bem diferente: superbarulhento, com crianças jogando bola, xadrez, brincando no pátio", conta a repórter.

Em escolas que já implementaram a proibição, estudos apontam que alunos têm 53% mais chances de alcançar o nível adequado em matemática, um reflexo direto do aumento na concentração durante as aulas.

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