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Acesso a celular supera telefonia fixa em 159%, diz IBGE

Daniel Milazzo<br>Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

01/09/2010 10h01

Domicílios com acesso à internet no ano de 2008

Grandes Regiões
e Unidades da Federação
Percentual (%)
Norte 10,6
Rondônia 14,8
Acre 16,6
Amazonas 12,4
Roraima 13,7
Pará 8,2
Amapá 9,1
Tocantins 11,4
Nordeste 11,6
Maranhão 7,8
Piauí 7,9
Ceará 11,0
Rio Grande do Norte 13,4
Paraíba 12,2
Pernambuco 11,9
Alagoas 9,4
Sergipe 15,5
Bahia 13,5
Sudeste 31,5
Minas Gerais 23,3
Espírito Santo 26,5
Rio de Janeiro 33,4
São Paulo 35,1
Sul 28,6
Paraná 29,8
Santa Catarina 33,5
Rio Grande do Sul 24,8
Centro-Oeste 23,5
Mato Grosso do Sul 20,0
Mato Grosso 20,6
Goiás 17,4
Distrito Federal 45,4
BRASIL 23,8

Estudo divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata uma realidade já vivenciada diariamente pela maioria dos brasileiros: o uso de telefones celulares ultrapassa - e muito - o acesso à telefonia fixa no país. De acordo com os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010, no ano de 2008, a cada mil habitantes havia 794 acessos ao serviço de telefonia celular. No mesmo ano, os acessos à telefonia fixa alcançaram a marca de 306 acessos.

Desde 2003, quando a telefonia celular emparelhou com a fixa em número de acessos, a primeira não parou de subir. No ano seguinte, ela já era 31% maior. Em 2008, mais recente ano avaliado pelo IDS, o acesso ao celular já era 159% superior ao acesso à telefonia fixa, com uma diferença de 488 acessos a cada mil habitantes.

“O aumento no acesso à telefonia celular não foi nada espantoso, já era uma tendência esperada”, garante Denise Kronemberger, responsável pelos indicadores de dimensão social e institucional do estudo. A pesquisadora do IBGE ressalta a mobilidade física e a não obrigatoriedade do pagamento de uma taxa mensal de uso como algumas razões para o crescimento da telefonia móvel. Por outro lado, a quantidade de acessos à telefonia fixa chegou inclusive a cair 3,4% entre 2002 e 2007.

O Distrito Federal é a unidade federativa onde a densidade telefônica móvel alcança o maior índice – 1.348 a cada mil habitantes – concluindo-se que há pessoas com mais de uma linha de telefone celular. Logo atrás, aparece o Rio de Janeiro (969). Além disso, proporcionalmente, o Estado fluminense é o que mais concentra telefones fixos no país (502).

São Paulo, por sua vez, é o Estado que possui o maior número absoluto de linhas de telefone celular (37,9 milhões). Por outro lado, os mais baixos indicadores da telefonia, tanto fixa quanto móvel, foram registrados no Maranhão – 120 e 357, respectivamente.

Sudeste: 58% dos domicílios com acesso à web

Em 2001, 8,6% dos domicílios brasileiros possuíam acesso à internet. Já em 2008, a porcentagem subiu para 23,8%, equivalendo a um total de 13,7 milhões de residências.

Os percentuais das regiões Sudeste (31,5%) e Sul (28,6%) diferem sensivelmente dos registrados no Norte (10,6%) e Nordeste (11,6%). Num patamar intermediário, está a região Centro-Oeste (23,5%). Mais da metade de todos os domicílios brasileiros com acesso à internet estão localizados na região Sudeste – 58,2% precisamente. [Ver Tabela]

A exemplo do que ocorre no setor telefônico, a unidade federativa com a porcentagem mais alta de domicílios com acesso à web é o Distrito Federal (45,6%), ao passo que o Maranhão aparece como o Estado menos conectado (7,8%).

Denise Kronemberger admite, porém, que o indicador não assegura conclusões a respeito do acesso da população à internet. “Hoje em dia, muitas pessoas não têm computador em casa ou acesso à internet em casa, mas frequentam lan house, têm acesso à internet na casa de amigos ou em projetos de inclusão digital. E aqui só conseguimos medir os acessos no domicílio. Não é o indicador ideal”, explica.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE em 2008 revelou que 56 milhões de pessoas com idade superior a 10 anos acessaram a internet através de um computador pelo menos uma vez nos três meses mais recentes. Na época, o dado correspondia a 34,8% da população. Em 2005, a proporção tinha sido de 20,9%.

O PNAD 2008 também demonstrou que havia no Brasil 4.229.285 domicílios com microcomputador, mas sem acesso à web.