Taxa de homicídios entre jovens quase dobrou em 30 anos no Brasil
O mapa da violência no Brasil divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ministério da Justiça, a partir de um levantamento feito pelo Instituto Sangari, revelou que a taxa de homicídios entre os jovens de 15 a 24 anos cresceu de 30 para 52,9 por 100 mil habitantes entre 1980 e 2008.
Segundo o coordenador do estudo, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, há 30 anos, a população jovem e não-jovem morria “praticamente da mesma forma”, ou seja, a proporção de mortes violentas e naturais era quase igual. Mas, a partir da década de 1980, ocorreu o que ele chamou de “novo padrão de mortalidade juvenil”, com aumento nas mortes por homicídios, suicídios e acidentes de trânsito.
O pesquisador destacou ainda um fenômeno que chamou de “interiorização da violência" a partir de meados da década de 1990. Enquanto os índices de violência diminuíam em grandes capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, registrou-se o aumento acelerado em cidades menores do Nordeste, do Norte e de algumas cidades do Sul.
O Mapa da Violência 2011 – Os Jovens no Brasil, resultado de uma parceria entre o Instituto Sangari e o Ministério da Justiça, analisou dados dos 26 Estados e do Distrito Federal, com análises separadas de 10 regiões metropolitanas, de 27 capitais e 5.546 municípios. Os dados referenciais são de 2008, porque são os mais consolidados em todas as regiões do país, disponíveis ao Ministério da Justiça.
O estudo mostrou também que houve um aumento de 32,4% nas mortes de jovens em decorrência de acidentes de transporte no período de 1998 a 2008, enquanto no total da população o índice foi de 26,5%. “Os acidentes de trânsito são aqueles que acontecem em vias públicas terrestres. Os acidentes de transporte, além dos de trânsito, englobam acidentes de aviões, de barco. E podem ser em via pública ou privada”, explicou o sociólogo.
A pesquisa apontou ainda que, entre as regiões brasileiras, o Nordeste apresenta o maior crescimento no número de óbitos causados por violência no trânsito: 56,1% entre 1998 e 2008, com destaque para os Estados do Maranhão, Paraíba, Piauí e Sergipe.
Com a maior queda entre as 27 unidades da federação, São Paulo é um dos exemplos da contenção da violência. A taxa, entre 1998 e 2008, caiu de 39,7 para 14,9 homicídios por 100 mil habitantes - o Estado, que ocupava o 5º lugar entre os mais violentos, caiu para a 25º posição, perdendo apenas para Santa Catarina e Piauí.
No Brasil, em cada três assassinatos, dois são de negros. Em 2008, morreram 103% mais negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%.
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