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Em teste feito pelo UOL, serviço 190 da PM de São Paulo demora 20 minutos para atender

No Copom (Centro de Operações da PM), são registrados 5.000 trotes por dia em SP - Odival Reis/Diário de S. Paulo
No Copom (Centro de Operações da PM), são registrados 5.000 trotes por dia em SP Imagem: Odival Reis/Diário de S. Paulo

Arthur Guimarães<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

16/05/2011 07h00

Em um teste informal, a reportagem do UOL Notícias fez algumas ligações ao serviço de emergência 190 da Polícia Militar (PM) de São Paulo na madrugada de 7 de maio. No contato mais problemático, gravado pelo jornalista e enviado aos responsáveis pelo Comando de Policiamento da Capital, a espera até o atendimento foi de 20 minutos.

Por volta das 2h, logo após discar os três números que ligam os cidadãos ao sistema de emergência da polícia paulista, o que se ouviu foi uma mensagem de recepção. Inicialmente, uma voz gravada informa que “sua ligação com a Polícia Militar foi completada”.

Depois disso, o recado passa a mesma mensagem em inglês e espanhol.

O problema foi que, mesmo após ouvir essa espécie de secretária eletrônica por vários minutos, nenhum atendente surgiu para escutar a suposta reclamação. A reportagem do UOL Notícias chegou a desligar o gravador antes mesmo de ser ouvido por alguém, após 20 minutos de espera.

Apesar de não ser uma empresa, a PM ultrapassou, por exemplo, os limites estipulados por lei para o serviço de "call center". Por uma lei federal de 2008, o cidadão não poderia esperar mais do que um minuto na linha. As empresas que descumprirem as normas estarão sujeitas a multas que podem ir de R$ 200 a R$ 3 milhões, conforme a gravidade do caso.

Segundo o tenente Cleudato Moisés do Nascimento, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital, a suposta distorção está sendo apurada pelo setor técnico da polícia. “Pode ser uma pane. Mas é estranho. A eventual falha está sendo apurada pelo responsável pelo setor.”

Como ele explica, a meta da PM é atender as pessoas no primeiro ou no segundo toque do telefone. “Isso não é comum (demorar 20 minutos). O horário (usado pelo teste, 2h de um sábado) é bem carregado para a gente.”

Tentando comprovar que a demora seria atípica, o tenente chegou a fazer uma ligação para o 190 em frente ao jornalista. Após cerca de um minuto e meio escutando o mesmo recado gravado, o policial encerrou o contato e ligou imediatamente pelo responsável pelo serviço.

Na ocasião, o tenente foi informado que a procura pelos serviço naquela hora estava “calma” e que havia linhas livres. "Está estranho."