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Deputado nega ter sido ameaçado de morte por suposto grupo que mataria juíza do caso Bruno

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

30/01/2012 16h27

O deputado estadual mineiro Durval Ângelo (PT) negou na tarde desta segunda-feira (30) ter sido ameaçado de morte ou fazer parte da suposta lista "marcados para morrer", a mesma da qual também faria parte a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, ligada ao caso Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza.

Dois delegados e um escrivão foram à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG) colher o depoimento do deputado.  O parlamentar é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa Legislativa mineira. A polícia informou que até o momento não conseguiu reunir elementos que comprovem a existência de um suposto plano para matar a juíza, o deputado ou qualquer outra pessoa.

Além do político e da magistrada, constam da hipotética lista os nomes do delegado da Polícia Civil mineira Edson Moreira, os advogados José Arteiro, assistente de acusação, e Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro Bruno e que hoje atua na defesa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

De acordo com a investigação, a trama teria sido engendrada por Bola, apontado como o executor de Eliza Samudio, e contaria com a participação do goleiro. Ambos negam as acusações feitas pelo detento Jaílson Alves de Oliveira, que dividiu pavilhão com Bola na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), e afirma ter ouvido dele o plano.

Segundo o delegado Islande Batista, do Deoesp (Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais), nem mesmo uma acareação feita no final de dezembro do ano passado entre Bola e o detento que fez as denúncias serviu para avançar nas investigações. Quaresma foi o primeiro a ser ouvido, no mês passado e, da mesma forma, negou ter sido ameaçado.

“Até então, está a palavra do Bola contra a do Jaílson”, resumiu Batista. No entanto, segundo o policial, a investigação vai prosseguir, e todos os envolvidos serão procurados.

“Vamos ouvir todos aqueles que possivelmente seriam vítimas dessas ameaças. É muito prematuro afirmar se houve essa ameaça por parte do Bola. Só poderemos tecer comentários após a conclusão dos autos ”, disse Batista.

“Nem da Rocinha”

Preso em novembro do ano passado no Rio de Janeiro, o traficante Nem da Rocinha será ouvido pessoalmente pelo delegado Wilson Luiz, que integra a equipe que investiga o suposto plano.

Conforme a investigação, Nem seria contratado pela noiva do goleiro Bruno, a dentista carioca Ingrid de Oliveira, para ser o responsável pelas mortes. Em depoimento, a moça negou as acusações. Atualmente, o traficante está confinado em presídio de segurança máxima federal no Mato Grosso do Sul.

“Pela repercussão do fato, nós entendemos que é muito mais conveniente ouvi-lo pessoalmente”, revelou Batista. Conforme o delegado Wilson Luiz, ele deverá ser interrogado na próxima semana. “Segundo o denunciante, ele (Nem) esteve em Belo Horizonte para poder arquitetar o possível plano”, explicou.

Questionado pelo UOL se a polícia já dispunha de elementos para confirmar ou descartar o suposto plano, Luiz apenas afirmou que “tudo ainda está no campo das suposições. Ainda não tem nada definido, nada que tenha sido descoberto”, declarou.