Problemas em trens poderão voltar a ocorrer, diz secretário de transportes do Rio
O secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro, Julio Lopes, reconheceu os problemas ocorridos na manhã desta quinta-feira (9) --quando uma falha técnica em um trem gerou uma onda de tumulto na capital--, pediu desculpas pelo fato, mas reconheceu que eles podem voltar a ocorrer. “Gostaria de pedir desculpas à população do Rio em nome do governo. Os problemas de hoje poderão voltar a ocorrer, pelo menos nos próximos dois anos, mas torcemos para isso não ocorra, estamos trabalhando para mudar esse quadro”, disse em entrevista coletiva.
Para o secretário, o governo assume as falhas do sistema de trens e aponta uma saída a longo prazo. “ Temos vulnerabilidade, temos 49 trens que precisam ser aposentados, cada um com 50 anos de idade, uma herança do descaso de outros governos com a estrutura metroviária”, alegou o secretário.
O presidente da concessionária que administra o serviço, a SuperVia, Carlos José Cunha, também se desculpou pelo ocorrido e disse que a empresa dará “toda a assistência” para os feridos nos tumultos. “O resultado que tivemos hoje não é o que se espera, infelizmente ainda temos eventos, que assumimos, e procuramos resolver da melhor forma. Todos os feridos serão assistidos por nossas assistentes sociais”, afirmou.
A empresa informou que teve sua estação de Madureira depredada e saqueada que, segundo a companhia, teriam se aproveitado da situação para praticar o crime.
Mais cedo, a secretaria informou que 30 novos trens chineses, com ar condicionado, comprados pelo governo fluminense, começarão a operar até setembro deste ano. Segundo o governo estadual, estão sendo investidos R$ 2,4 bilhões na compra de 120 trens, na reforma de 73 e na melhoria das 98 estações ferroviárias. De acordo com a secretaria, já foi aberta a licitação para a compra de mais 60 trens.
A confusão
Por volta das 7h, um trem da SuperVia que seguia de Queimados para a Central do Brasil sofreu um problema técnico no sistema de frenagem e a viagem foi interrompida nas proximidades da estação Sampaio. Os passageiros tiveram de desembarcar na linha, mas alguns se mantiveram no trem, pendurados, dando início ao tumulto.
A empresa afirma que um grupo de passageiros ameaçou o maquinista, obrigando-o a seguir viagem até a Central do Brasil. As estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo foram fechadas por medida de segurança, afirma a SuperVia. Com o atraso dos trens um novo tumulto foi registrado, dessa vez na Central do Brasil. A polícia foi chamada e jogou bombas de efeito moral e spray de pimenta nos manifestantes --23 pessoas ficaram feridas nos tumultos.
A Agetransp, agência reguladora de serviços públicos de transporte do Rio, diz que instaurou processo para apurar as causas do incidente. Segundo a SuperVia, os passageiros prejudicados foram ressarcidos.
(Com Agência Brasil)
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