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Mãe de menina atropelada por jet ski depõe em Bertioga (SP) e diz que lutará por justiça

Mãe de menina atropelada por jet ski chega para depor em delegacia de Bertioga (SP) - Fernando Mendonça/UOL
Mãe de menina atropelada por jet ski chega para depor em delegacia de Bertioga (SP) Imagem: Fernando Mendonça/UOL

Fernando Mendonça

Do UOL, em Bertioga (SP)

23/02/2012 12h31Atualizada em 24/02/2012 10h20

A mãe da menina Grazielly Almeida Lames, 3, depôs na tarde desta quinta-feira (23) na delegacia de Bertioga, litoral de São Paulo, sobre a morte da filha, atropelada por um jet ski no último sábado (18) no município. Cirleide Lames chegou por volta das 11h20 com seu advogado, mas não falou com a imprensa.

Ao deixar a delegacia, Lames disse que não aceitará a impunidade e “vai lutar até o fim por justiça”. Abatida, após depoimento que durou cerca de três horas, ela afirmou que espera entender o que aconteceu no último sábado. Segundo Lames, foi tudo muito rápido: ela diz que estava brincando com a filha na beira da água e, ao virar-se para voltar mais próximo da areia, o jet ski veio e atingiu sua filha.

A mãe da menina chegou a sentir-se mal durante o depoimento. Acompanhada do advogado, José Beraldo --o mesmo que atuou no julgamento do caso Eloá como assistente de acusação--, Lames disse que sua única filha era muito querida na família e vivia sorrindo.

O menor suspeito de dirigir o equipamento deveria se apresentar hoje, mas seu advogado, Maurimar Chiasso, disse que ele não iria mais

Jovem não foi à delegacia para evitar imprensa, diz advogado

Segundo o advogado, o adolescente --que tem 13 de não 14 anos-- não estava pilotando o jet ski no momento do acidente. O equipamento estaria sem ninguém no controle quando, desgovernado, atingiu a menina, que brincava com a mãe na parte rasa da praia de Guaratuba. O jovem, diz o advogado, teria apenas dado a ignição e, em seguida, caído na água quando o equipamento ligou e se projetou.

O advogado da família de Grazielly disse que irá ingressar com ação de dolo eventual contra o responsável por ter entregado a chave do equipamento ao menor suspeito de provocar o acidente. “Quem deu a chave ao jovem assumiu o risco de produzir o resultado, neste caso, a morte da menina”, disse Beraldo. "Essa pessoa, assim como todas as demais que estavam na mesma casa, serão responsabilizadas."

O inquérito está sob os cuidados do delegado titular de Bertioga,  Maurício Barbosa. 

Para a criminalista e procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf, caso os relatos iniciais sejam confirmados, um adulto deve ser responsabilizado pelo acidente. “A responsabilidade inicial é de quem era o dono do jet ski. Se essa pessoa não passou o veículo ao adolescente, outro adulto o fez e teria de arcar com as consequências”, disse.

O caso

Grazielly Almeida Lames, que visitava o mar pela primeira vez, brincava com a mãe na área rasa da praia quando o jet ski a atingiu na cabeça.

Ela foi levada de helicóptero ao Hospital Municipal de Bertioga, com traumatismo craniano, mas chegou já morta. O adolescente suspeito de dirigir o jet ski fugiu do local sem prestar socorro.

O enterro de Graziele aconteceu na manhã da última segunda-feira (20), em Arthur Nogueira (148 km de São Paulo), onde a menina morava com os pais.

Local do acidente

  • Arte UOL

    Guaratuba fica no litoral norte de SP