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Detentos passam mal em presídio no interior de Goiás; Vigilância Sanitária investiga causas

Rafhael Borges

Do UOL, em Goiânia

24/02/2012 13h49

Detentos do presídio de Sarandi, distrito de Itumbiara (204 km de Goiânia), apresentam desde a última sexta-feira (17) dores abdominais, tosse, febre, dor de cabeça e vômito. As hipóteses levantadas inicialmente por agentes de saúde foram intoxicação alimentar e dengue.

De acordo com o diretor de Vigilância Sanitária de Itumbiara, Hebert Andrade Ribeiro Filho, fiscais vistoriaram o local na última quarta-feira (22) e colheram materiais para análises. “Vimos algumas irregularidades, mas nada exagerado.” São 269 presos, pelo menos 30 estão doentes.

A dengue foi descartada. Uma lagoa de tratamento de esgoto próxima ao complexo prisional aumenta o número de mosquitos. Larvas foram encontradas, mas análises preliminares mostraram não se tratar de mosquito transmissor da doença.

A diretoria do presídio informou acreditar que o problema pode estar na alimentação levada por parentes, pois, segundo eles, a refeição é a mesma dos agentes e presidiários, e nenhum agente apresentou problemas até o momento.

“A comida do presídio não mostrou alterações, mas as levadas de casa são consumidas após horas fora da geladeira”, afirmou o diretor do presídio, Weber de Paula Barbosa. Ele comentou que a água também é a mesma consumida por todos. O caso é o primeiro com estas proporções. Antes, somente casos isolados foram registrados.

Atendimento médico

O atendimento inicial foi realizado no Hospital Municipal de Itumbiara, mas como nenhum detento apresentou complicações, o estado de saúde deles é acompanhado no interior da unidade prisional. A Secretaria de Saúde acompanha a situação e informou que não teria condições de manter todos os presos na unidade de saúde.

A Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agesep) disse que a gerência de saúde da instituição vai fazer uma vistoria no presídio e reforçar o atendimento médico aos presos. Sobre a estação de tratamento de esgoto, que fica dentro da área do presídio, a Agesep informou que vai notificar a Saneago (Saneamento Goiás) para saber o que pode ser feito.