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Três integrantes de movimento sem-terra são mortos no Triângulo Mineiro

Renata Tavares

Do UOL, em Uberlândia (MG)

24/03/2012 15h55Atualizada em 24/03/2012 19h59

Três integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) foram encontrados mortos com um tiro na cabeça na rodovia estadual MGC-455, próximo ao distrito de Miraporanga, a 40 quilômetros de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Dois dos mortos são homens e tinham  40 e 52 anos. A outra vítima é uma mulher de 48 anos, segundo a Polícia Militar.

Segundo a Polícia Militar, os corpos de Nilton Santos Nunes, 52, e Valdir Dias Ferreira, 40, estavam do lado de fora do carro. Já o de Clestina Leonor Sales Nunes, 48, estava dentro do veículo. Uma criança de 5 anos, neta de Nilton e Clestina e sobrinha de Valdir, estava no banco de trás do veículo quando os três foram mortos. A garota foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros em estado de choque, sem ferimentos.
 
A polícia agora apura se a criança conseguiu se esconder atrás de um dos bancos ou se os suspeitos de cometerem o crime a pouparam. “Ainda estamos em processo de apuração do caso. Colhemos informações no local e agora fica a cargo da Polícia Civil”, disse o sargento da PM Reis.
 
A criança disse à polícia que dois homens chegaram em um carro prata e pararam o veículo dos sem-terra. Em seguida, os dois homens desceram para saber o que era e nesse momento foram baleados com um tiro na cabeça. A mulher, que estava no banco da frente do carro, foi morta antes de tentar sair do veículo.

Polícia investiga rixa

A polícia descarta a hipótese de latrocinio (roubo seguido de morte), porque no colo de Clestina  estava uma bolsa com R$ 1.600 em dinheiro. Toda a documentação das três vítimas estavam  espalhadas pelo chão. A polícia suspeita que a motivação possa ser acerto de contas ou rixas por conta da atuação dos três no MLST.

O genro de Clestina disse à polícia que a sogra era coordenadora do acampamento do MLST 21 de agosto, localizado na fazenda São José do Cravo, em Prata, a 87 quilômetros de Uberlândia. O homem apresentou um documento que demonstrava a insatisfação de Clestina com outros três integrantes do grupo, com quem a vítima teve um desentendimento no dia 1° de março deste ano.

Segundo o genro da vítima, os três homens que discutiram com Clestina estariam praticando crimes com a bandeira do MLST. Na data, os três foram afastados do grupo.

Ainda na tarde de hoje, a polícia chegou a receber uma denúncia de que um homem com as características passadas pela criança estava em uma oficina em Miraporanga, mas ninguém foi preso até o momento.