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Bope faz operação para troca de comando no Alemão; traficantes são procurados

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

26/04/2012 07h35Atualizada em 26/04/2012 08h18

O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) realiza, desde as primeiras horas desta quinta-feira (26) operação para a troca de guarda do comando da pacificação em comunidades do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Agentes da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar buscam ainda cumprir mandados de prisão de traficantes  que  ainda estariam escondidos na região.

A tropa de elite da Polícia Militar ocupa desde às 3h30 as favelas da Grota, Baiana, Mineiros e Pedra do Sapo  que estavam sob a guarda do Exército, preparando a chegada da Polícia Militar em novas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Homens do Batalhão de Choque bloquearam os acessos ao Alemão para a incursão do Bope. Pelo menos até o momento, a ocupação ocorre sem troca de tiros e ninguém foi preso.

A novidade é a ocupação do Morro do Adeus, favela que também faz parte do Complexo do Alemão, mas que não estava ocupado pelo Exército.  O Adeus é disputado por facções criminosas que aproveitam a maior vulnerabilidade da área. As últimas semanas foram de intensos tiroteios por várias noites.  Na noite da última terça-feira, uma viatura da PM foi atacada a tiros por criminosos quando patrulhava ruas próximas ao Morro do Adeus.

Segundo o relato de moradores, há pelo menos três meses traficantes da facção Amigos dos Amigos (ADA) tentam invadir o Morro do Adeus, que é dominado pelo Comando Vermelho.  Os criminosos da ADA que tentam tomar a favela do Alemão seriam liderados por fugitivos da favela da Rocinha, após a instalação da UPP. Ainda segundo os moradores, um grupo de milicianos também tentou tomar a parte baixa do Adeus.

Conforme a Polícia Militar, participam também da operação policiais militares do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Campanha, do Grupamento Aero-Marítimo (GAM) e do 22º BPM (Maré).

Com a operação de hoje, metade do Complexo do Alemão já está sob a guarda da Polícia Militar. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a expectativa é de que até o fim de junho, a Polícia Militar tenha substituído o Exército em todo o Complexo.