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PM reconhece excesso em manifestação que destruiu mascote da Copa, em Porto Alegre

Mascote da Copa-2014 foi destruído durante protesto popular no centro de Porto Alegre - Reprodução/Twitter
Mascote da Copa-2014 foi destruído durante protesto popular no centro de Porto Alegre Imagem: Reprodução/Twitter

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

08/10/2012 16h52

A Brigada Militar e o governo do Rio Grande do Sul reconheceram publicamente nesta segunda-feira (8) que houve excessos por parte das forças de segurança no confronto com manifestantes ocorrido no centro de Porto Alegre, na noite da última quinta-feira (4).

Na ocasião, policiais militares entraram em luta com manifestantes que destruíram o boneco inflável do Tatu-Bola, mascote da Copa do Mundo de 2014, instalado no largo Glênio Peres, perto da prefeitura. O ataque ocorreu durante um protesto contra as privatizações de áreas públicas da cidade e acabou focando um dos símbolos do mundial.

Nesta segunda, o comandante do policiamento da capital, coronel Alfeu Freitas, reconheceu que, ao ver as imagens, foi possível verificar "por parte de um ou outro PM, excessos".  Conforme o comandante, eles devem ser responsabilizados, e os batalhões da cidade devem passar por um processo de reciclagem para aperfeiçoar as técnicas de controle de distúrbios.

Governador

A manifestação do coronel ocorreu um dia depois de o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), emitir uma nota oficial na qual afirma que a orientação do governo em relação ao comportamento das forças de segurança "vai no sentido de garantir integralmente os direitos da cidadania, bem como qualificar permanentemente as ações de segurança dentro dos parâmetros da lei e da Constituição".

Tarso ressaltou que determinou ao secretário da Segurança Pública convidar os "cidadãos e cidadãs" que se sentiram vitimas no episódio para que façam suas denúncias à Ouvidoria da Segurança Pública.

"Temos por dever individualizar o comportamento de cada agente público policial para as respectivas decorrências legais e o próprio aprimoramento das nossas ações de segurança pública", disse o governador.

Investigação

No dia seguinte ao confronto, a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o ocorrido. Estão sendo apurados possíveis casos de lesão corporal e dano ao patrimônio público. Preliminarmente, o delegado titular da 17ª Delegacia da Capital, Hilton Müller Rodrigues, afirmou que a Brigada Militar agiu "após haver dano ao patrimônio".

O protesto foi organizado pela internet, com o nome de "Defesa Pública da Alegria", mas não tinha como plano danificar o Tatu-Bola. Cerca de 50 manifestantes iniciaram um confronto com a polícia, quase em frente à prefeitura de Porto Alegre. Foram usadas balas de borracha e bombas de gás.