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Dez tartarugas marinhas são encontradas mortas na orla de Praia Grande (SP)

Animais continham restos de sacolas plásticas e pedaços de plásticos duros no estômago - Edmilson Lelo/Prefeitura de Praia Grande
Animais continham restos de sacolas plásticas e pedaços de plásticos duros no estômago Imagem: Edmilson Lelo/Prefeitura de Praia Grande

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

23/10/2012 11h14

Dez tartarugas marinhas mortas foram encontradas na orla de Praia Grande (71 km de São Paulo) entre o último domingo (21) e ontem (22). Nove delas eram tartarugas-verdes, as mais comuns do litoral brasileiro. A outra, uma tartaruga-oliva (de nome científico Lepidochelys olivacea), normalmente restrita à região Nordeste do país e que teria migrado para se reproduzir.

Todos os animais continham restos de sacolas plásticas e pedaços de plásticos duros no estômago, segundo a médica veterinária Andréa Maranho, coordenadora técnica do Instituto Gremar –ONG (organização não governamental) que atende a emergências ambientais e resgata animais marinhos.

Os répteis foram localizados pela Guarda Costeira de Praia Grande. Segundo o coordenador da corporação, Delfo Monsalvo, as carcaças de cinco deles estavam na praia do bairro Tupi, e as demais, na orla dos bairros Mirim, Flórida, Imperador, Ocian e Caiçara.

“Os animais marinhos sofrem com o impacto da atividade humana, como a pesca com redes. A ingestão de resíduos sólidos lhes dá sensação de saciedade, deixa seu trato intestinal mais lento e lhes torna mais difícil afundar [para caçar], por causa dos plásticos no organismo. Podem morrer de inanição”, diz Andréa.

Neste ano, segundo cálculos do Gremar, cerca de 120 tartarugas mortas já foram removidas das praias. O número é idêntico ao de todo o ano passado.

Consciência ambiental

Andréa informou que o aumento do total de registros pode ser decorrente de mais consciência ambiental da população, ao comunicar a localização de espécies marinhas. Outro fator é a ação rápida da guarda costeira de cidades litorâneas paulistas, como Praia Grande, Guarujá e Bertioga.

“Com as carcaças dos animais, fazemos um monitoramento ambiental da área, sabemos o que causa mais impacto às espécies e propomos soluções ao poder público. Vamos guardar a carcaça da tartaruga-oliva como material de estudo”, disse. As demais serão levadas a aterros sanitários.

Os banhistas que encontrarem animais marinhos vivos ou mortos nas praias devem contatar o Corpo de Bombeiros (telefone 193), a Guarda Costeira de cada cidade e, especificamente na Baixada Santista, o Instituto Gremar, pelo telefone (13) 7807-0948.