Após explosão em delegacia, Defesa Civil vistoria prédios danificados em Maceió
Técnicos da Defesa Civil Estadual e do Serveal (Serviço de Engenharia do Estado de Alagoas) estão realizando uma série de vistorias, nesta sexta-feira (21), para avaliar os danos de dezenas de imóveis atingidos pela explosão, ontem (20), na sede da Deic (Divisão Especial de Investigações e Capturas), na região central de Maceió.
Por conta da explosão de dinamite guardada no prédio, a área continua isolada. Prédios próximos ao local da explosão estão sendo avaliados, e alguns moradores estão sendo aconselhados a deixarem as suas casas.
Uma escola de recursos humanos, que fica ao lado da Deic, também foi destruída com a explosão. Vários vidros de prédios próximos também se estilhaçaram com a explosão, que foi ouvida a um raio de mais de 10 km.
Vídeo exclusivo mostra explosão em Maceió; assista
Segundo informou o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) pelo seu Twitter, "equipes de psicólogos e assistentes sociais estão visitando as residências próximas a Deic para prestar assistência às famílias" desde às 8h.
Vilela disse que haverá indenização de perdas materiais aos afetados. "O Estado arcará com sua responsabilidade nos imóveis afetados pela explosão."
Relatos
Nesta quinta e sexta-feira, a reportagem do UOL ouviu relatos de moradores e visitou casas parcialmente destruídas pela explosão de dinamite que eram apreendida com quadrilhas e armazenada em uma sala improvisada do prédio.
A engenheira Civil Andréa Santos Lima, 31, tem uma casa próxima à Deic, que estava fechada no momento da explosão.
Ela ficou sabendo do incidente por um vizinho que postou no Facebook o estrago ocorrido em sua casa.
"A gente não sabe o que fazer. Sendo engenheira, sei que a casa está comprometida. Acho que foi uma das mais atingidas. Eu cheguei a conversar com a Defesa Civil, e eles confirmaram que vou ter que sair da residência. Agora é levantar o prejuízo e ver se vamos mover uma ação coletiva ou individual contra o governo", disse.
Já o jornalista Fábio Eliziário Nunes, 38, estava em casa quando ocorreu a explosão.
Ele conta que viu a maior explosão da varanda de sua casa e teve ferimentos leves ao ser arremessado contra a parede.
"Foram momentos terríveis. Eu não consegui dormir a noite inteira. Além do susto, minha casa estava totalmente aberta. Eu tive que ficar acordado para não ser saqueado. Por sorte, meu pai está no interior. Ele já tem uma certa idade, dificilmente conseguiria resistir a este susto. Eu espero, sinceramente, que o Estado não seja omisso conosco. Já é um absurdo ele manter dinamites em uma área residencial. Agora tem que arcar com o prejuízo", afirmou o morador.
A empresária Teresa Cristina Tenório, 48, tem um imóvel ofertado para alugue próximo à Deic.
"Isso aqui parecia cena de filme, muita gente correndo de um lado para outro, bombeiros, área isolada, muitos policiais. Sem contar no fedor insuportável de gás. Só hoje estamos aqui vendo o prejuízo. Nós queríamos alugar o imóvel. Agora, além do prejuízo material, vamos ter que acompanhar as nuances do mercado. Temo muito pela desvalorização imobiliária. Já detectamos rachaduras causadas pelo impacto da explosão. Agora, resta saber como vai se desenrolar esta questão", declarou.
"Começou como fogos, mas depois veio uma grande explosão que derrubou o forro da casa da minha sogra, móveis, computador, tudo. Estamos com medo de desabamento. Espero que a parte material seja vista também pelas autoridades, pois foi um prejuízo grande", completou o representante comercial Fábio Ricardo.
Além de pagar as indenizações aos moradores, outra preocupação do Estado é manter em funcionamento os trabalhos da Deic. Nesta tarde, o secretário de Estado da Defesa Social, Dário Cesar, e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, se reúnem com dirigentes da Polícia Civil para discutir a estruturação da nova sede.
*Com colaboração de Beto Macário
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