"O tiro tinha que ter me acertado", diz mãe de menina assassinada em Belford Roxo (RJ)
A família da menina Geovanna Vitória de Barros, morta na noite da última sexta-feira (18) durante uma tentativa de assalto em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, fez uma manifestação na praia de Copacabana, na tarde desta segunda-feira (21), pedindo Justiça para o caso.
Uma cruz preta de 40 metros de comprimento foi estendida na areia da praia e um cartaz foi levado com a pergunta "Quem Matou Geovanna?".
Inconsolável, a mãe de Geovanna, Priscila Silva de Barros, 27, chorava muito e pedia Justiça. "Ela morreu como se fosse bandido e era inocente e muito feliz. A minha vida acabou", disse. "A bala bateu no volante e pegou nela. Tinha que ter sido em mim".
Com medo de retaliação por parte dos bandidos, os pais deixaram a casa onde moravam com Geovanna e estão momentaneamente vivendo em outros lugares. "No sábado, nós vimos carros estranhos rondando a nossa casa e resolvemos sair de lá. A gente se sente muito ameaçado, porque o caso tomou uma repercussão grande", explicou o pai Adenildo Barros, 28.
No quarto da menina, ainda estão brinquedos fechados que ela ganhou quando completou um ano, no dia 29 de dezembro de 2012.
manifestantes vão às ruas de Copacabana após morte de bebê
"Espero que os bandidos sejam encontrados e paguem em dobro o que fizeram com a minha neta. Nossa família nunca fez mal para ninguém, para passar por tudo isso", disse o avô Reginaldo Grimoaldo.
O caso
Geovanna estava em uma cadeirinha para crianças no banco do carona do carro da mãe assistindo a um vídeo quando foi atingida por um tiro no tórax.
Priscila contou no depoimento dado hoje de manhã à 54ª DP (Belford Roxo), que reduziu a velocidade do carro para passar por um quebra-molas (lombada) quando um bandido saiu do carro e atirou contra elas. A bala pegou no volante e acertou a filha.
A menina foi levada para um hospital particular em Nova Iguaçu, mas, de acordo com a polícia, chegou morta ao local. O corpo de Geovanna foi enterrado ontem (20), no Cemitério de Nova Iguaçu. Segundo a Polícia Civil, nenhuma informação sobre as investigações será divulgada para não atrapalhar o andamento do caso.
“Queremos que o Estado dê cobertura psiquiátrica para a família e sustente os pais, enquanto eles não puderem trabalhar, por causa do sofrimento. Se o caso tivesse sido na zona sul, se fosse uma criança num carro importado no Leblon, a cidade estava parada”, afirmou Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz, entidade ligada ao Departamento de Informação Pública da ONU (Organização das Nações Unidas), e coordenador da manifestação. “Lá em Belford Roxo, as pessoas que presenciaram o crime se recusaram a dar informações de tanto medo que elas têm do poder paralelo”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.