Corpo da capitã do Exército morta em boate em Santa Maria é velado no Rio
O corpo da capitã do Exército, Daniele Dias de Mattos, 36, está sendo velado nesta quarta-feira (30) na Capela Santa Isabel, em Inhaúma, zona norte do Rio.
A militar foi uma das vítimas do incêndio na boate Kiss na madrugada do último domingo (27). O enterro está programado para as 16h.
Daniele era médica cardiologista. Ela estava de férias em Santa Maria (RS), onde trabalhou por cinco anos na unidade de saúde do Exército.
No local do velório, os pais da vítima são amparados por parentes e amigos. A bandeira do Brasil foi colocada sobre o caixão fechado. Ao lado do caixão, quatro militares do Batalhão de Guarda, também conhecido como Batalhão do Imperador, realizam a cerimônia de “Câmara Ardente”.
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Eles usam réplicas de uniformes históricos usados no período do Império. Os soldados conduzirão o caixão durante o cortejo, que sai da capela às 15h e segue até o Cemitério de Inhaúma.
A tenente Silvia Nobre, colega de Daniele na unidade coronariana no HCE (Hospital Central do Exército), veio ao velório e lembrou a convivência com a amiga. “Ela era uma menina muito especial. Eu chamo de menina porque, apesar de ser uma capitã, ela tinha uma inocência de menina. Era uma pessoa muito simples, muito feliz, que vai fazer muita falta. Tinha uma luz diferente”, lembrou.
Sobre o trabalho da militar, a tenente ressaltou a dedicação. “Ela tinha essa coisa de querer salvar vidas o tempo inteiro. Sempre chegava cedo ao serviço. Perdia a hora do almoço porque ela se importava com os pacientes. Ela era mais que uma militar, mais que uma médica”, descreveu.
A tenente diz acreditar que Daniele se dedicou a salvar as vidas das vítimas do incêndio. " A Dani tinha vários cursos de salvamento, inclusive em catástrofes. Creio que, se a Dani morreu, foi com certeza salvando alguém do incêndio", disse.
Segundo a tenente e amiga, Daniele começou a carreira militar no Rio em 2005, como aspirante no HCE, após se formar na Escola de Saúde do Exército, foi para Santa Maria, onde ficou por cinco anos, voltando a trabalhar no HCE em 2011.
Ela deixa uma filha de 15 anos. “A vida da Daniela era a filha dela. A gente a chamava de 'pãe'. Era uma mãe excepcional. Uma pessoa muito humana”, descreveu a tenente do Exército.
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