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PM nega ter participado de assassinato de juíza e diz que morte o prejudicou

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

16/04/2013 17h02

O PM Carlos Adílio Maciel dos Santos, acusado de ter participado do assassinato da juíza Patrícia Acioli em agosto de 2011, negou o crime e afirmou, em seu depoimento na 3ª Vara Criminal de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, que a morte da magistrada o prejudicou. Santos é o quinto réu a ir a júri popular e responde por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.

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"Nego, não participei de forma nenhuma. A morte dela só me trouxe prejuízo. Depois que ela foi assassinada, vincularam meu nome ao executor e apareceram muitos problemas na minha vida: a morte do meu pai, a doença [câncer] da minha mãe e mais um monte de processos. Vou ser inocentados de todos eles", disse o PM.

Segundo o promotor Leandro Navega, os PMs Sérgio Costa Junior e Jefferson de Araújo Miranda, julgados e condenados pelo assassinato, afirmaram em seus depoimentos que Santos sabia do plano de matar a juíza e teve participação "moral e física" na morte. Além disso, mais da metade dos processos ao qual o réu responde, cerca de oito, começaram antes do assassinato da juíza.

Santos afirmou que nunca ouviu falar em um plano para matar a juíza. Ele está preso desde junho de 2011, quando a juíza o condenou por um auto de resistência no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, cidade vizinha à Niterói. De acordo com o promotor, o planejamento da morte da juíza começou em março de 2011.

"Ela foi precipitada [ao condená-lo]. Ela era uma pessoa que tinha esse slogan de ser uma pessoa muito firme nas suas decisões.  Se ela me desse a oportunidade de me explicar, ela veria que eu era inocente [no processo do auto de resistência]", afirmou o PM.

O caso Patrícia Acioli em vídeos - 19 vídeos

A versão foi contestada pelo assistente de acusação Tésio Lins e Silva, que leu o documento que condenou Santos, escrito pela juíza Patrícia Acioli à época.

"Ela decretou a prisão em audiência na sua presença e disse:  'Temor, verdadeiro pavor do acusado, que segundo as testemunhas, se intitula 'Jesus' junto às vítimas. Com o seu proceder, faz questão de amedrontar as pessoas", dizia o documento, que ainda acusava o réu de tentativa de agressão.

Segundo Santos, não houve contestação do que a juíza teria dito, pois o advogado que o representava no processo não era o mesmo desde o início do caso.