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Juíza cassa a palavra de advogado de Bola durante depoimento de ex-delegado

Juíza Marixa Fabiane, no fórum Pedro Aleixo, em Contagem (MG) - Washington Alves/Light Press
Juíza Marixa Fabiane, no fórum Pedro Aleixo, em Contagem (MG) Imagem: Washington Alves/Light Press

Rayder Bragon e Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

25/04/2013 16h13

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, acatou pedido do MPE (Ministério Público Estadual) e cassou a palavra do advogado Ércio Quaresma, que fazia perguntas ao ex-delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações do sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é julgado no salão do júri do Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O promotor Henry Castro havia feito o pedido, antes do intervalo para o almoço, em razão de uma suposta “conduta desrespeitosa, provocativa e intimidatória” de Quaresma com relação à testemunha.

Segundo Marixa, o advogado já faz inquirição de Moreira há mais de 10 horas e teria notado uma “conduta protelatória” das perguntas.

A magistrada, no entanto, franqueou aos demais advogados a possibilidade de continuar fazendo os questionamentos à testemunha. Ela também não deixou claro se a cassação da palavra do advogado é permanente, ou se ele poderia participar posteriormente do restante do julgamento.

A juíza ainda disse ter notado uma “rixa’ particular entre o defensor de Bola e Moreira.

“Se há uma questão de ordem pessoal, aqui não é o local adequado para isso”, afirmou a juíza.

O ex-delegado depõe como testemunha da defesa há mais de 10 horas. Ele começou a ser interrogado nesta quarta-feira (24), mas a juíza encerrou a sessão às 18h20, retomando os trabalhos às 9h22 desta quinta-feira (25).

Os advogados de Bola decidiram, após uma breve reunião, que vão continuar no plenário. Fernando Magalhães passará a fazer perguntas ao ex-delegado.

“Canalha”

Mais cedo, o promotor Henry Castro e Quaresma bateram boca, sendo que os dois se chamaram de “canalha”.

Afirmando que o advogado está sendo muito argumentativo antes de fazer suas perguntas, o promotor pediu à juíza a determinação ao defensor que fizesse os questionamentos de maneira direta. Quaresma disse que continuaria do mesmo modo, recebendo do promotor que estaria tendo uma “atitude canalha”.

Em seguida, Quaresma disse: “você que é canalha, e eu vou provar”, afirmou. O promotor, por sua vez, também chamou o advogado de “canalha”.