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Com 10º maior fluxo de passageiros, Viracopos terá 2º maior investimento para a Copa

Viracopos, em Campinas, recebe investimentos de 1,185 bilhões para a Copa do Mundo 2014 - Michel Filho/Agência O Globo
Viracopos, em Campinas, recebe investimentos de 1,185 bilhões para a Copa do Mundo 2014 Imagem: Michel Filho/Agência O Globo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

21/05/2013 10h00

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (21) mostram que o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), possuía, em 2010, fluxo de 3.118.673 passageiros, sendo o décimo maior no índice entre as principais cidades do país. Ainda assim, o aeroporto está na segunda colocação quanto ao volume de investimentos em face da Copa do Mundo de 2014, com R$ 1,185 bilhões.

Desse valor, R$ 5 milhões são de responsabilidade do governo federal --o restante é oriundo do contrato de concessão. São Paulo lidera os dois rankings: 26.848.944 de passageiros e mais de R$ 2 bilhões gastos com obras no aeroporto de Guarulhos. O cálculo de passageiros que circularam pela capital paulista considera os aeroportos de Guarulhos e Congonhas.

No Rio de Janeiro, onde foram contabilizados os aeroportos Santos Dumont e Galeão, segundo maior polo de movimentação, foram registrados 14.467.527 passageiros em 2010. De acordo com a versão atualizada da matriz de responsabilidades da Copa do Mundo, serão investidos quase R$ 845 milhões no Galeão.

Já pelo Aeroporto Internacional de Brasília, terceiro mais movimentado e que receberá mais de R$ 650 milhões em obras para o Mundial 2014, passaram 12.340.576 pessoas, seguido pelo de Salvador, com 6.391.532 passageiros.

A cidade de Belo Horizonte, por sua vez, que possui Confins e Pampulha, teve 5.847.509 passageiros em trânsito pelos aeroportos. Com 5.216.372 passando pelo Salgado Filho, Porto Alegre teve o sexto aeroporto mais movimentado do país.

Segundo os pesquisadores do IBGE Cláudio Stenner e Marcelo Paiva da Mota, o estudo compilou dados dos 877 pares (conexões aéreas entre duas cidades) cujos voos regulares foram informados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O estudo "Ligações Aéreas" também abrange as conexões entre voos, isto é, quando um passageiro faz escala em um determinado aeroporto.

Segundo o presidente da Aeroportos Brasil (concessionária que administra Viracopos), Luiz Alberto Kuster, o aeroporto de Campinas registrou fluxo de 3,042,912 milhões de passageiros apenas nos primeiros quatro meses de 2013, um crescimento de 7,72% em relação ao mesmo período do ano passado (cerca de 2,8 milhões). Ele tem a expectativa de fechar o ano com uma movimentação acima dos 9 milhões de passageiros.

Kuster afirmou ainda que Viracopos subiu três posições no ranking até o fim do ano passado, atingindo os 8,8 milhões de passageiros por ano. O presidente da concessionária também disse que o pacote de investimentos é maior do que valor previsto pela matriz de responsabilidades da Copa do Mundo, superando os 2,2 bilhões. Os recursos são utilizados na reforma do terminal já existente, além da construção de um novo (que será entregue em maio do ano que vem), e obras de acessibilidade e logística.

Hegemonia paulista

Os dados do IBGE também mostram que, no índice entre os pares de ligação, São Paulo aparece nas seis primeiras colocações com trechos até Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba.

Movimento aéreo de passageiros

  • Reprodução/IBGE

A ligação das seis metrópoles mais populosas do país com São Paulo foi responsável por cerca de 25% do total de passageiros transportados (mais de 18 milhões de pessoas). Além disso, outras conexões aparecem com destaque no ranking, tais como São Paulo-Recife (8º), São Paulo-Florianópolis (9º) e São Paulo-Fortaleza (12º).

Por esse motivo, no que diz respeito à movimentação aérea, São Paulo é a única capital brasileira classificada como "grande metrópole nacional" de acordo com os critérios adotados pelo IBGE para a definição de uma hierarquia urbana. Rio de Janeiro e Brasília são classificadas como "metrópoles nacionais".

Ainda segundo o estudo "Ligações Aéreas", dos 877 pares de ligação --perfazendo um total de quase 72 milhões de pessoas transportadas--, praticamente 50% do tráfego estão concentrados em somente 24 conexões origem-destino entre cidades.

Preço e tempo

O estudo do IBGE também indica que os aeroportos de Belo Horizonte (Confins e Pampulha) possuem o melhor custo médio em relação a viagens domésticas: R$ 186,23.

O valor é cerca de 12% mais barato do que na cidade de São Paulo (Congonhas e Guarulhos), segunda colocada no ranking, onde o custo médio é de R$ 209,24. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (R$ 209,32), Salvador (R$ 210,73), Brasília (R$ 213,05), Goiânia (R$ 236,27) e Campinas (R$ 253,48).

Já em relação ao tempo médio das viagens, os pesquisadores do IBGE descobriram que os voos mais rápidos saem do Aeroporto Internacional de Brasília. Em média, os passageiros perdem 8% do dia (considerando um período de 24 horas) em trajetos para outras cidades brasileiras.

São Paulo também figura na segunda colocação do ranking, com apenas um ponto percentual a mais, mesmo índice constatado nos aeroportos Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Confins e Pampulha, em Belo Horizonte.

Por outro lado, a cidade brasileira com a pior colocação no ranking do tempo médio das viagens é Tabatinga, no Amazonas, onde os passageiros perdem 77%, em média.

O município amazonense também tem o custo médio mais alto em relação a voos domésticos: R$ 1.368,26. Três cidades sulistas também se destacam negativamente: Pelotas (R$ 1.240,43) e Rio Grande (R$ 1.240,43), no Rio Grande do Sul, e Joaçaba (R$ 1.268,04), em Santa Catarina.