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Minc diz que Rio fechará todos os depósitos clandestinos de combustíveis em um ano

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

27/05/2013 19h07

O secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse, nesta segunda-feira (27), que todos os depósitos clandestinos de combustível do Estado serão fechados dentro de no máximo um ano. Ele disse que o trabalho de fiscalização será intensificado nos próximos dias.

Na última quinta-feira (23), uma pessoa morreu e casas foram destruídas no incêndio que atingiu seis tanques no depósito de combustíveis e lubrificantes da distribuidora Petrogold, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Na manhã de terça-feira (28), a SEA (Secretaria do Estado de Ambiente) vai deflagrar uma operação nas proximidades da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) para fechar estabelecimentos ilegais.

"Infelizmente, não é um problema que vamos resolver em dois meses. Vamos fiscalizar todos os estabelecimentos que têm licenças a curto prazo, mas para combater essa máfia é preciso um trabalho integrado e planejado a longo prazo", afirmou Minc, após uma reunião que contou com a participação de representantes do Estado, das polícias Militar e Civil, do Ministério Público e da Prefeitura de Caxias.

"Não vamos entrar em detalhes sobre os procedimentos operacionais dos próximos dias para não entregar o ouro aos bandidos", disse.

Minc afirmou ainda que o encontro serviu para estreitar os laços com a prefeitura de Caxias, representada pelo secretário de Planejamento e Urbanismo, Luiz Edmundo Costa Leite.

Incêndio em Duque de Caxias (RJ) é controlado

"A maior novidade é a forte participação do município, que não acontecia antes. Vamos aliar o controle urbano feito pela prefeitura com o ambiental", disse o secretário.

O alto número de depósitos clandestinas na cidade, por conta da Reduc, faz com que Caxias mereça atenção especial, afirmou Minc.

A Prefeitura de Duque de Caxias colocou a disposição dos moradores um telefone para denúncias: (21) 2773-6200.

"Trabalho será mais eficaz"

De acordo com Minc, o trabalho de fiscalização já vinha sendo feito pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), mas agora será desenvolvido de forma mais eficaz.

"Nos últimos dois anos, fechamos 18 galpões, mas a forma como era feita não impediu que o crime continuasse se multiplicando, por falta de ajuizamento dos casos. É necessário estreitar o trabalho com a investigação. O Ministério Público tem um papel muito importante de ajuizar as ações criminais e cíveis e estamos trabalhando em conjunto", disse. Nenhum representante do MP participou do encontro com a imprensa, que aconteceu logo após a reunião.

Para o comandante de Polícia Ambiental Militar, coronel Eduardo Oliveira, é preciso realizar um trabalho de inteligência para acabar com as ações ilegais.

"Não é um simples caminhoneiro que está por trás de um esquema como esse. Fazemos operações de repessão ao crime, mas os tentáculos da máfia se reproduzem. O grande salto de hoje [segunda-feira] foi integrar mais esse esforço", declarou.

A Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), que pertence à SEA, também participa das ações e foi representado pelo coordenador, José Maurício Padrone.