Topo

Polícia dispersa manifestantes, e tráfego é liberado na Cônego Domênico Rangoni (SP)

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

24/06/2013 11h15Atualizada em 24/06/2013 13h54

Após quase quatro horas de protesto pela redução no valor da passagem de ônibus em Cubatão (56 km de São Paulo), manifestantes liberaram, por volta das 10h55, a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura do km 268, sentido Guarujá (86 km de São Paulo). A Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) dispersou os manifestantes. Houve congestionamento, e foi impossível chegar pela estrada à margem esquerda (lado guarujaense) do Porto de Santos.

Não foram registrados incidentes até as 10h50, quando, segundo relato de um manifestante ao UOL, por telefone, policiais militares teriam tentado retirar os ativistas da pista com tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. O batalhão local da PM não confirma a informação. Em represália à intervenção da PM, manifestantes queimaram um ônibus intermunicipal na rodovia, próximo à avenida 9 de Abril.

O grupo, intitulado SRC (Sociedade Revolucionária de Cubatão), deve se reunir novamente nesta tarde, a fim de organizar um pedido de redução da tarifa de ônibus à prefeitura. E adianta que, se o pedido não for atendido, poderá haver nova interdição da rodovia na quinta-feira.

A tarifa de ônibus em Cubatão custa R$ 3,10, e a prefeitura subsidia cada viagem em R$ 0,35. Não há informações sobre a possível redução do valor da passagem. Na última quarta-feira (19), atos de vandalismo resultaram em um ônibus incendiado e outros 23 depredados, o que tem ampliado a espera pelos coletivos municipais nos pontos da cidade.

De acordo com comunicado apócrifo entregue ao 21º Batalhão da PM na cidade –cujo recebimento foi confirmado formalmente às 20h54 desse domingo (23)–, mas reproduzido no perfil da SRC na rede social Facebook, os ativistas se concentraram na Praça da Bíblia (Centro) às 5h e caminharam pela Avenida Nove de Abril, principal corredor comercial da cidade, no sentido do bairro Fabril.

O documento, no qual os manifestantes se intitularam “Manifestantes socialmente organizados de Cubatão”, não indicava o bloqueio da estrada. Porém, o trecho rodoviário interditado durante o protesto fica no meio do trajeto, a aproximadamente um quilômetro do ponto de partida. Policiais militares acompanharam o grupo no itinerário e durante o fechamento da rodovia.

Reflexos do ato

Cerca de 60 manifestantes fecharam a estrada por volta das 7h, segundo contagem feita no início da manhã pela PM (Polícia Militar) –os ativistas falam em 300 pessoas. Segundo a corporação, não houve atos de violência nem de vandalismo. Porém, a Cônego teve lentidão até o km 273, e também ocorreram reflexos no tráfego nas rodovias Anchieta (entre os quilômetros 60 e 55, no sentido São Paulo, e do 39 ao 55, na direção do litoral) e Padre Manoel da Nóbrega (do km 273 ao 270).

Motoristas de veículos comerciais e de passeio que tiveram de se deslocar a Guarujá precisaram recorrer à travessia marítima por balsas a partir de Santos (72 km de São Paulo). O tempo de espera para embarque no lado santista chegou a 25 minutos por volta das 10h, conforme a Dersa, estatal responsável pelo serviço.

Em mensagens postadas pelo perfil da Ecovias (concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes) na rede social Twitter, motoristas relataram dificuldades no trajeto também em Praia Grande (71 km de São Paulo).

Com informações da Agência Brasil