Atos em aeroportos, rodovias e contra ação do Bope na favela da Maré acontecem nesta terça (2)

Os bloqueios em rodovias, organizados por caminhoneiros ligados ao Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc), devem continuar a acontecer nesta terça-feira (2), a exemplo do que ocorreu ontem (1º) em ao menos dez Estados –São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará e Mato Grosso. O movimento promete continuar com as interrupções até a próxima quinta-feira (4). Na segunda-feira (1º), a Justiça Federal no Rio de Janeiro deferiu liminar em favor da União proibindo o bloqueio de rodovias em todo o país.

Algumas das principais rodovias do Estado de São Paulo, como Anchieta, Castello Branco, Anhanguera e Raposo Tavares, foram bloqueadas nesta segunda (1º). No Rio de Janeiro, a Dutra chegou a ser bloqueada em Barra Mansa. Em Minas Gerais, ocorreram manifestações na Fernão Dias, BR-040 e BR-381, entre outras. Os acessos ao porto de Santos também estão fechados por caminhoneiros.

Além das rodovias, os aeroportos devem ser alvo de protestos nesta terça-feira. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) marcou para às 7h o início de uma série de protestos em terminais espalhados pelo país.

Os sindicalistas irão entregar  cerca de 100 mil cartas para deputados federais, senadores e para a população, que estiverem transitando por terminais de todas as capitais do país e Brasília.

O conteúdo da carta, que está disponível no site da central, pede o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, valorização das aposentadorias, saúde e educação de qualidade, entre outras reivindicações.

São Paulo

Na capital paulista devem ocorrer dois atos na Assembleia Legislativa do Estado. Em um deles, militantes e moradores da região da avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, irão protestar, a partir de 15h, contra o projeto de lei 650/2012, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que autoriza a alienação de mais de 400 terrenos ocupados por famílias carentes para que sejam usados como garantia em obras viabilizadas por PPPs (Parcerias Público Privadas).

A proposta incluiu ainda imóveis do patrimônio público do Estado, como o ginásio do Ibirapuera, o Cadeião de Pinheiros, parques, sedes de secretariais e Promotorias, entre outros.

Ainda na Casa, será realizada uma Assembleia Geral Popular, com o objetivo de definir as principais reivindicações da população, marcada para 18h no auditório Paulo Kobayashi.

No Itaim Paulista, periferia da zona leste, o movimento Resistência Urbana fará um ato, a partir de 17h, para exigir transporte digno, justiça, moradia, trabalho, saúde e educação. O protesto começará na estação Itaim Paulista da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Em Ribeirão Preto, apesar de a prefeita Darcy Vera (PSD) ter baixado a tarifa de ônibus por decreto para R$ 2,80, nesta segunda-feira, manifestantes seguem acampados na frente do prédio da administração e confirmam novo protesto para hoje. O movimento pede a redução do preço da tarifa do ônibus urbano para R$ 2,60.

Em São José dos Campos, haverá manifestação pela redução da tarifa de ônibus a partir de 17h, na praça Afonso Pena.

Rio de Janeiro

As associações de moradores do Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, organizam para as 15h desta terça-feira (2) um ato ecumênico em memória aos dez mortos durante uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) nas comunidades no início da última semana.

Segundo a ONG Redes da Maré, a manifestação deve acontecer na passarela 9 da avenida Brasil. "Os fatos ocorridos na comunidade Nova Holanda são tragicamente comuns em diversas favelas da cidade do Rio de Janeiro. Sabemos muito bem qual é a sua cor e sua dor. Precisamos dizer: Nunca mais!", diz um texto divulgado pela organização.

Outros protestos

Na capital federal, manifestantes convocaram um protesto para exigir que o Congresso destine 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação.

Em Salvador, o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA) divulgou nota chamando a categoria para a rua para protestar contra a importação de médicos anunciada pela presidente Dilma Roussef, entre outros pontos. A mobilização vai acontecer em dois dias hoje e amanhã.

Durante os festejos do 2 de Julho, os médicos baianos sairão em passeata para protestar contra a privatização do SUS e a importação de médicos para o Brasil. Neste dia, a concentração será às 8h, no largo da Lapinha. Na quarta, os médicos realizarão mobilização em defesa da saúde pública de qualidade. A concentração será às 15h no Campo Grande, seguindo em direção à Praça Castro Alves.

Em Joinville, a mobilização reivindicando a tarifa zero no transporte público continua. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o protesto na cidade catarinense está marcado para terça-feira às 18h30, na praça da Bandeira.