Turista paulista é a 1ª mulher morta por ataque de tubarão no Recife
A jovem Bruna Silva Gobbi, 18, que estava passando férias no Recife, é a primeira pessoa do sexo feminino a morrer após ser atacada por tubarão no Recife.
Segundo dados do Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões), a turista de São Paulo é a primeira vítima mulher de mordida de tubarão, de um total de 24 mortes desde 1992, quando o órgão foi criado.
A adolescente morreu na noite desta segunda-feira (22). Ela estava internada em estado gravíssimo na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Restauração, no Recife, após passar por cirurgia de amputação da perna esquerda.
De acordo com o Cemit, em 2004 uma mulher foi atacada nas nádegas por um tubarão, mas conseguiu sobreviver. Até agora o comitê registrou 59 ataques de tubarão a banhistas no litoral de Pernambuco, apenas dois deles a mulheres.
A presidente do Cemit, Rosângela Lessa, disse que não existe preferência dos tubarões atacarem pessoas do sexo masculino ou do feminino. Para a oceanógrafa, a predominância de homens atacados por tubarão ocorre porque eles costumam ir mais para o fundo do mar e são mais desligados em relação aos alertas da ocorrência de ataques de tubarão.
“Observamos que a maioria eram homens e que grande parte estava praticando surfe. Devido ao esporte e à estatura dos homens, costumam entrar mais para o fundo para se banharem. Eles também são mais desobedientes quanto à sinalização de alerta sobre os ataques de tubarão”, disse.
A turista foi atacada por tubarão quando estava tomando banho de mar nesta segunda-feira (22), nas proximidades do edifício Castelinho, em Boa Viagem, com um grupo de primos que mora em Olinda. Na área existem placas sinalizando o perigo de banho de mar devido ao ataques de tubarão.
O CBM (Corpo de Bombeiros Militar) informou que a jovem foi mordida por tubarão quando estava a aproximadamente 20 metros da areia e numa faixa de profundidade já considerada perigosa para ataques de tubarão.
“As imagens mostraram que os bombeiros já estavam no mar, com o jet-ski, chegando perto das duas garotas quando uma delas foi atacada por tubarão. Os salva-vidas estavam monitorando o grupo, que desobedeceu às orientações para não ficar na área por ser perigosa, devido às correntes de retorno e aos ataques de tubarão”, disse o comandante-geral do CBM em Pernambuco, Eduardo Amorim Casa Nova.
O Corpo de Bombeiros informou que foram feitos alertas ao grupo sobre o perigo de ataque de tubarão, mas eles desobedeceram e continuaram no mar.
Proibição
O litoral de Pernambuco possui 30 km de área onde é proibida a prática de esportes náuticos, como o surfe, e também não é recomendado o banho de mar devido aos ataques de tubarão. A proibição começa na praia do Chifre, em Olinda (região metropolitana do Recife), e vai até a praia do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho. No meio do trecho ficam as praias do Pina e de Boa Viagem, no Recife, onde também há restrições.
Trechos onde foram registrados ataques de tubarão estão sinalizados com placas em português e em inglês.
Segundo oceanógrafos do Cemit, é neste trecho de alto-mar que os tubarões mudam da rota sul para a norte e se aproximam da praia, onde atacam surfistas e banhistas.
“São 44 pares de placas informando aos banhistas que o local é impróprio para banho devido aos ataques de tubarão. A imprudência favorece à ocorrência de ataques de tubarão no Recife e em toda a região do litoral onde é proibido o banho de mar. O problema é a falta de conscientização da população e também de educação ambiental em desobedecer às placas”, destacou a presidente.
Registros do Cemit apontam que 70,2% das vítimas dos tubarões em Pernambuco tinham idade entre 14 e 25 anos e 35,1% das ocorrências foram registradas durante o período de lua cheia, período semelhante ao desta segunda-feira, quando Bruna Gobbi foi atacada pelo animal.
A área de maior incidência dos ataques do animal fica entre as praias de Boa Viagem, em Recife, e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
O Cemit ressaltou que os ataques de tubarões, a maioria da espécie tigre e cabeça-chata, começaram a ocorrer no litoral de Pernambuco depois da construção do complexo portuário de Suape.
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