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Daniela Mercury divulga foto beijando a mulher em protesto contra Feliciano

Do UOL, em São Paulo

17/09/2013 10h29

A cantora Daniela Mercury divulgou nesta terça-feira (17) em sua página pessoal no Instagram foto em que beija a mulher, a jornalista Malu Verçosa, com quem assumiu um relacionamento em abril deste ano. A iniciativa do casal foi uma resposta à atitude do deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), que, na semana passada, pediu a expulsão de duas estudantes que se beijaram em protesto contra ele durante um evento evangélico.

Vídeo registra momento da expulsão

Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20, estavam no "Glorifica Litoral", em São Sebastião (litoral norte de São Paulo), e se beijaram no momento em que Feliciano pregava no palco. Elas deixaram o local algemadas a pedido do deputado. Em seu Twitter, Feliciano comparou o ato das meninas a "baderna".

Na rede social, a cantora fez questão de agradecer às duas jovens pela iniciativa. "Valeu, Yunka e Joana. Só uma pergunta: é proibido beijar no Brasil, é?, publicou Daniela, que, em seguida, postou a matéria publicada nessa segunda (16) pelo UOL sobre a conduta do deputado, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Não é a primeira vez que a cantora se posiciona publicamente contra declarações do deputado pastor em relação a homossexuais. Quando confirmou, também via redes sociais, o casamento com a jornalista, já citara o parlamentar: “Eu comuniquei meu casamento com Malu para tratar com a mesma naturalidade que tratei outras relações. É uma postura afirmativa da minha liberdade e uma forma de mostrar minha visão de mundo. Numa época em que temos um Feliciano desrespeitando os direitos humanos, grito o meu amor aos 7 ventos. Quem sabe haja ainda alguma lucidez no Congresso Brasileiro!", escreveu a cantora.

Feliciano, por sua vez, que diz ser “contra gay por princípio”, devolveu as críticas da cantora, à época, a chamando de “oportunista”.  “Não sou fã de Daniela, eu sinto muito pelo que ela deve estar sofrendo, ela jamais teria sido capa de revista Veja se não fosse este momento, existe oportunismo", disse o pastor durante entrevista a um programa de TV em abril passado.

'Desabafo' na rede social

Ontem à tarde, em sua página no Twitter, Feliciano comentou a expulsão e pedido de prisão das duas jovens e comparou o caso a um jogo entre Brasil e Argentina. "Final de Copa, Argentina e Brasil, 4 argentinos tendo sua arquibancada vêm sentar entre os brasileiros e começam a xingá-los, imagine. Ou são loucos e necessitam de tratamento mental urgente, ou são baderneiros que querem 5 minutos de fama ou querem briga", declarou.

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Para o deputado pastor, as jovens tumultuaram o evento. "O Código Penal Brasileiro no seu artigo 208 diz: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Pena: detenção, 1 mês a 1 ano ou multa (...)", disse.

Segundo ele, ainda na rede social, "toda vez que indivíduos adentram o local de culto, seja onde for, e atentam sem pudor contra nossos princípios, ferem nossos direitos (dos evangélicos)". "(Após a invasão), desrespeitam crianças, idosos, agridem as autoridades, chutam os policiais, e por fim dizem ser vitimas?", disse em mais uma postagem.

De acordo com o pastor, este tipo de ação contra evangélicos ocorre porque eles seriam "pacatos" e da "paz". "Mas não somos trouxas! A lei será empregada sempre que ferirem nosso direito", concluiu.

O Glorifica Litoral é considerado o maior evento gospel do Brasil e integra a semana sócio-cultural evangélica de São Sebastião desde 2009. Nesta última edição, cerca de 100 mil pessoas participaram.

Famosos que "saíram do armário"
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Resposta sobre as agressões

Em nota, a Prefeitura de São Sebastião informou que abriu uma investigação para apurar se houve excessos por parte dos guardas que estavam no local de plantão. No inicio da manhã de ontem, o caso começou a ser averiguado na ouvidoria e na corregedoria da Guarda Civil Municipal.

Segundo a prefeitura, a GCM agiu inicialmente conversando com as manifestantes na tentativa de retirá-las do local com segurança.

Ainda segundo informações da administração municipal, as "duas mulheres foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial e lá o delegado de plantão decidiu registrar a ocorrência apenas como averiguação".

Virada Cultural

Um dos eventos em que a cantora fez questão de se posicionar contra as manifestações do deputado foi a Virada Cultural de São Paulo, para o qual foi convidada à abertura.

Nele, em uma apresentação repleta de manifestações políticas, a cantora aprovou um dos cartazes que um grupo de 30 estudantes do PSTU levou ao show onde se lia "Mais Daniela, Menos Feliciano. A hora da virada da homofobia". Ela também defendeu que Feliciano "tinha que sofrer impeachment" e chamou de "inadmissível o que está acontecendo" --referência à insistência do parlamentar em não deixar a comissão, a despeito de manifestações Brasil afora, e também ao projeto de "Cura Gay" que ele defendia, mas que acabou arquivado.

Virada Cultura de São Paulo - 2013
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