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Facção criminosa planejava fuga em massa no interior de SP, segundo escutas

Do UOL, em São Paulo

12/10/2013 22h04Atualizada em 12/10/2013 22h26

A facção criminosa que age dentro e fora dos presídios de São Paulo planejava, há dois anos, uma fuga em massa ainda neste mês, revelam interceptações telefônicas feitas pelo Ministério Público, divulgadas neste sábado (12) pelo Jornal Nacional.

A origem do PCC

A facção criminosa PCC foi criada em agosto de 1993, num presídio de Taubaté (a 140 km de São Paulo).

Ela surgiu após o massacre do Carandiru, ação policial que deixou 111 presos mortos na invasão do pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção.

O grupo fundador do PCC reivindicava o fim da linha dura e dos maus-tratos contra os presos.

Marcola assumiu a chefia da facção no final de 2002. Ele está preso por roubo a bancos.

O alvo seria a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), onde estão os chefes do bando. Nas gravações, eles chamam a penitenciária de  “cachorro quente” ou “hot dog”.

Ainda segundo as gravações, os presos comentaram que no próximo dia 24 iriam para casa.

A informação foi confirmada ao jornal pelo serviço de inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Facção tenta se infiltrar no STF

Escutas obtidas pelo Ministério Público Estadual também levantaram suspeitas de que a facção criminosa quisesse infiltrar uma pessoa no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a Folha, em 2010 o STF barrou a contratação de um assessor depois de ser alertado por promotores paulistas que ele era irmão de uma advogada de chefes do PCC.

O profissional seria nomeado para um cargo de confiança no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, o que não aconteceu após o alerta do MPE, segundo a Folha.

A advogada foi identificada pelo Ministério Público como Maria Carolina Marrara de Matos, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Grupo planejou matar governador

Segundo a investigação do Ministério Público Estadual, em agosto de 2011, chefes da quadrilha fizeram uma conferência por telefone com referências ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).

Na avaliação de promotores a partir dos grampos obtidos na investigação, a intenção da facção era atacá-lo.

Neste sábado (12), Alckmin disse que não pretende reforçar sua segurança pessoal após a divulgação das escutas.

"Nós não pretendemos fazer nenhuma mudança em termos de segurança pessoal", disse Alckmin após participar da missa em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (180 km da capital paulista).

Quatro policiais militares estavam presentes na sala em que o governador concedeu uma entrevista coletiva, no final da celebração. Também chamou a atenção a presença de soldados nas proximidades do altar, durante a missa.

(Com Estadão Conteúdo)