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Irmã de cantor morto no interior de SP diz que suspeitos estavam drogados quando foram presos

Familiares participam do enterro do cantor Angelo Boin Neto, que foi roubado e morto em Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo) - Valmir Custódio/Divulgação/iFronteira
Familiares participam do enterro do cantor Angelo Boin Neto, que foi roubado e morto em Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo) Imagem: Valmir Custódio/Divulgação/iFronteira

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

21/10/2013 15h11

O corpo do cantor e ex-bancário Angelo Boin Neto, 52, foi enterrado na manhã desta segunda-feira (21) no cemitério São João Batista, em Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo), ao som da música “Canção da América”, dos músicos Milton Nascimento e Fernando Brandt.

Estavam presentes amigos, familiares e companheiros do grupo Divano, do qual ele fazia parte havia dez anos.

Segundo a Polícia Civil, Boin Neto foi roubado na madrugada da última quinta-feira (17) por um adulto de 25 anos e dois adolescentes, de 14 e 16 anos, espancado e jogado no rio Paranapanema, em Pirapozinho (564 km de São Paulo), na divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná.

Segundo Maria do Rosário Melo Boin, 59, irmã mais velha do cantor, a família pede que a justiça seja feita. Ela disse que, quando os suspeitos foram presos, pela Polícia Militar, na sexta-feira (18), estavam drogados, bêbados e fazendo churrasco. No local, ainda segundo ela, foi encontrado o carro do irmão, um Focus. “Já tinham roubado, precisava matá-lo? Não são gente, são animais.”

De acordo com Maria do Rosário, o irmão renunciou à vida pessoal para cuidar da mãe, Alayde Gonçalves de Melo Boin, 91. “Ela dependia dele para tudo: sentar, levantar, deitar, trocar fralda, se alimentar. Agora não sabemos como vamos fazer porque eu não tenho forças para fazer essas tarefas”, afirmou.

Na quarta-feira (16), Boin Neto colocou a mãe para dormir e foi passear no parque do Povo, onde foi abordado pelos três suspeitos. Segundo a Polícia Civil, o trio o obrigou, mediante a ameaça de uma faca, a entregar os cartões e as senhas do banco.

Morte

De acordo com a polícia, já na madrugada de quinta-feira (17), após fazer algumas compras com os cartões, o trio bateu a cabeça de Boin Neto contra uma mureta da ponte sobre o rio Paranapanema até desacordá-lo. Em seguida, o atirou às águas.

O corpo do cantor foi encontrado no domingo (20), após dois dias de busca feita pelo Corpo de Bombeiros e voluntários. Laudo do IML (Instituto Médico Legal) vai revelar oficialmente a causa da morte, se por espancamento ou por afogamento. Mas laudo preliminar entregue pela perícia à Polícia Civil nesta segunda-feira indica que o cantor morreu afogado.

Boin Neto é descendente de desbravadores de Presidente Prudente. Segundo a irmã mais velha dele, o cantor era uma pessoa querida na cidade porque, no período em que foi caixa do Banespa, era muito carinhoso com os clientes. Além de cantor, Boin Neto também se dedicava às artes plásticas. Seu grupo musical se apresentava em formaturas e casamentos.

O desempregado Luis Paulo da Silva, 25, suspeito do crime, está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá (627 km de São Paulo). Os adolescentes foram encaminhados para a Fundação Casa. Os três foram reconhecidos por imagens de câmera de um posto de gasolina no qual fizeram compras.