Roger Abdelmassih deixa presídio no interior de SP e volta para prisão domiciliar no Alto de Pinheiros
O ex-médico Roger Abdelmassih, 73, deixou por volta das 17h desta segunda-feira (2) a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, com direção ao seu apartamento, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, onde vai cumprir sua prisão domiciliar. A informação foi confirmada ao UOL pela SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo).
Condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes, a liberação para cumprimento da pena de forma domiciliar de Abdelmassih foi expedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, após a defesa do ex-médico ter recorrido ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Os diversos documentos médicos juntados aos autos demonstram que o paciente encontra-se com sua locomoção extremamente limitada, o que de certo dificultaria eventual fuga do distrito da culpa", escreveu o ministro em sua decisão, proferida na última sexta-feira (29).
"Ademais, justifica-se a concessão da prisão domiciliar em caráter humanitário, haja vista a informação de que, constantemente, faltam, no sistema médico prisional, os medicamentos necessários ao tratamento do paciente", complementou Lewandowski.
Vai e volta
Abdelmassih estava preso em Tremembé desde o dia 25 de agosto, quando perdeu o benefício da prisão domiciliar após o governo de São Paulo rescindir o contrato com a empresa que fornecia tornozeleiras eletrônicas. O ministro determinou que Abdelmassih fique em prisão domiciliar mesmo sem o uso da tornozeleira.
Os médicos de Abdelmassih informaram à Justiça que ele sofre de cardiopatia grave. Nos últimos meses, o ex-médico teve o local de cumprimento de pena alterado por decisão judicial por cinco vezes.
Em 4 de julho deste ano, a prisão domiciliar de Abdelmassih foi expedida pela Justiça sob o argumento de que a saúde do ex-médico está debilitada e que a penitenciária de Tremembé não tem condições de tratá-lo da maneira adequada.
De lá para cá, enquanto esteve internado no hospital Albert Einstein, zona oeste, entre 7 e 15 de agosto, com uma infecção bacteriana no sistema urinário, a prisão domiciliar de Abdelmassih teve reviravoltas.
No dia 11, a Justiça determinou que ele devia voltar à prisão por um problema em tornozeleiras do Estado. No dia 13, um desembargador revogou a decisão sob o argumento de que o ex-médico não podia ser culpado por um erro do Estado. Ainda segundo o desembargador, não havia indicações de que ele descumpriu as condições da prisão domiciliar.
O problema acerca das tornozeleiras do Estado e o histórico de fuga de Abdelmassih fizeram com que o ex-médico voltou ao regime fechado. "A anterior evasão, que durou anos e só cessou com a captura do fugitivo fora das fronteiras nacionais, onde passou a viver, justifica a cautela do monitoramento eletrônico, sem o qual (pouco importando a razão de sua inexistência) não é admitida sua saída do presídio (que por si só enseja redução na vigilância necessária)", informa a sentença judicial.
Abdelmassih ficou foragido por três anos e chegou a liderar a lista de procurados do governo de São Paulo. Ele foi localizado em agosto de 2014, em Assunção, no Paraguai, de onde foi
Desde então, o chamado "médico das estrelas" esteve no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde estão condenados por crimes de grande repercussão ocorridos em São Paulo, como Alexandre Nardoni, Mizael Bispo e Suzane von Richthofen, por exemplo.
De lá para cá, o ex-médico passou por uma série de internações, incluindo uma cirurgia para a colocação de um stent no coração. Ele também chegou a ser levado em estado grave com insuficiência respiratória ao hospital e, em outra oportunidade, ficou internado para tratar uma pneumonia.
*Colaborou Bernardo Barbosa
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