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"Atirador do shopping" tenta matar espanhol em prisão da Bahia

Heliana Frazão<br/> Especial para o UOL Notícias<br/> Em Salvador

21/05/2009 14h39

Quase dez anos depois de entrar em um cinema do shopping Morumbi, em São Paulo, com uma submetralhadora de 9 mm e de atirar contra a platéia, matando três pessoas e ferindo quatro, o ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 34, tentou matar um interno da maior penitenciária da Bahia, a Lemos Brito. A tentativa de homicídio ocorreu no último dia 8, mas somente no final da noite desta quarta-feira (20) foi confirmada pelos diretores da unidade.

Crime aconteceu em cinema de SP, em novembro de 1999

  • Rubens Cavallari/Folha Imagem - 22.11.1999

    O estudante de medicina Mateus da Costa Meira, condenado a mais de 100 anos de prisão, em foto de novembro de 1999



A pedido dos pais, que moram na capital baiana, o ex-estudante, condenado a 120 anos e seis meses de prisão, foi transferido da Penitenciária 2 de Tremembé (SP) para a Lemos Brito, em fevereiro deste ano. Também a pedido dos pais e de seus advogados, a transferência foi mantida em sigilo.

No último dia 8, Mateus da Costa Meira atacou o espanhol Francisco Vidal Lopes, 68, condenado por tráfico de drogas. O espanhol foi atingido por golpes de tesoura na cabeça. "Ele não quis dizer por que tentou matar o espanhol", afirmou o delegado Pedro Andrade da Silva. Autuado em flagrante, o ex-estudante de medicina deve responder a processo por tentativa de homicídio.

Em seu depoimento, o espanhol disse que desconfiava dos motivos da agressão. "Mateus reclamou muito de uma conversa que tive com um colega de cela na noite anterior à tentativa de homicídio. Ele disse que conversamos muito alto, atrapalhando o seu sono", afirmou. Depois da tentativa de matar um colega de cela, Mateus está isolado.

De acordo com a Penitenciária Lemos Brito, Mateus Meira chegou à Bahia no dia 27 de fevereiro, logo após o Carnaval. Desde o ano passado, a Vara de Execuções Penais de São Paulo analisava o pedido feito por seus pais que alegaram que queriam ficar mais próximos do filho.

O pai de Mateus, Deolino Meira, que é médico, não quis comentar a reação do filho dentro do presídio baiano. O psiquiatra Luís Lessa, médico do ex-estudante, também não quis se pronunciar. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania da Bahia, Mateus Meira não tem autorização para conversar com jornalistas.

No dia 3 de novembro de 1999, durante projeção do filme "Clube da Luta", Mateus Meira disparou quase 40 tiros contra a plateia. Na época, ele cursava o sexto ano de medicina.