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Insegurança impede visita de comissão do Senado a presídio mais perigoso de Pedrinhas

Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado visitou o CDP de Pedrinhas, em São Luís - Beto Macário/UOL
Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado visitou o CDP de Pedrinhas, em São Luís Imagem: Beto Macário/UOL

Carlos Madeiro

Do UOL, em São Luís

13/01/2014 16h47

O clima de tensão e segurança no CDP (Centro de Detenção Provisória), do Complexo Prisional de Pedrinhas, em São Luís, impediu que a Comissão de Direitos Humanos do Senado visitasse o local na tarde desta segunda-feira (13).

Na última sexta-feira (10), o UOL esteve no local e ouviu de um dos presos a informação de que, se houver transferências de detentos para um presídio federal, novos ataques poderão acontecer na capital maranhense.

Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), houve uma orientação da direção do presídio para que o local não fosse visitado nesta segunda-feira.

“Não vamos ao CDP porque, entre as alegações, e nós concordamos, disseram há problemas de segurança de alta magnitude. Não em relação a nós, senadores, mas na questão como um todo, pois há medidas judiciais que serão tomadas são de conhecimento parcial dos presos, e nossa presença lá poderia trazer problemas”, disse.

No complexo, a comissão visitou a Casa de Detenção e Penitenciária São Luís 1, que é de segurança máxima e onde flagraram superlotação e problemas estruturais.

Precaução

Segundo o secretário de Estado da Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, o problema de segurança decorre porque o local passa por uma reforma, e alguns presos da unidade devem ser transferidos –o que gera tensão.

“No CDP estamos fazendo uma reforma, colocando grades , num procedimento administrativo e iria atrapalhar essa reforma, que só temos segunda e terça para fazer isso. Achamos que não era viável”, informou.

O presídio foi palco da última rebelião, no final do ano passado, quando quatro presos foram mortos, sendo três deles decapitados.

O secretário, porém, negou que o motivo do não-acesso tenha sido por conta da falta de controle de Estado no local.

“Estamos fazendo um procedimento, e [entrar lá] significa fragilização do procedimento. Existem procedimentos sigilosos em andamento, e para não prejudicar, e para evitar inflamar, previamente, orientamos nesse sentido. Mas garantiríamos a segurança com a Força Nacional, PM, agentes penitenciário. Foi por precaução, e eles entenderam”, disse.

Segundo o senador Humberto Costa, apesar de não ir ao CDP, a visita foi importante para conhecer a situação de outras unidades e ouvir as demandas de presos. “Saímos com a impressa de que tivemos uma visão global”, complementou.