Após confronto entre PM e sem-teto, situação é controlada em São Paulo

A Tropa de Choque da Polícia Militar conseguiu controlar a situação, após confronto entre PMs e sem-teto durante uma reintegração de posse de um terreno na zona leste de São Paulo nesta quinta-feira (20).

Pela manhã, sem-teto atearam fogo em móveis para impedir que a polícia entrasse em um conjunto habitacional ocupado por cerca de 3.000 pessoas, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública). 

Moradores atiraram objetos em direção a homens da Tropa de Choque da PM, que responderam com bombas de efeito moral. A polícia tentava entrar no terreno pelo terceiro dia seguido.

Os sem-teto também colocaram fogo em alguns apartamentos, em protesto contra a ação da polícia. Equipes do Corpo de Bombeiros foram até o local para apagar as chamas. 

A vendedora Vanessa Muniz, 29, contou que estava dentro de um dos apartamentos no momento em que a polícia decidiu entrar. “Eles usaram gás de pimenta, já chegaram atirando bombas. Tive que deixar meus móveis para trás”, lamentou. Ela disse que estava com seus três filhos, um deles com 15 dias de vida.

Reintegração

Desde terça-feira (18), a PM tenta negociar a saída dos sem-teto dos imóveis. O pedido de reintegração foi feito pela Caixa Econômica Federal, proprietária do imóvel.

O Conjunto Residencial Caraguatatuba, localizado na rua Domingo Rubino, tem 960 apartamentos e foi ocupado no dia 25 de julho do ano passado. A decisão é da 13ª Vara Cível da Justiça Federal em São Paulo e foi expedida em agosto do ano passado.

Em nota, a Caixa informou que os apartamentos integram a Faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida, destinado a famílias com renda até R$ 1,6 mil por mês. O valor do investimento chegou a R$ 49,6 milhões.

"As obras estavam concluídas e a Caixa aguardava o processo de legalização para a entrega aos beneficiários. O sorteio estava previsto para os dias 7 a 9 de agosto de 2013, mas o empreendimento foi invadido no fim de julho de 2013. A Caixa esclarece que não negocia com invasores e busca sempre preservar o direito dos reais beneficiários que foram devidamente selecionados pelo município de acordo com a regras do Programa Minha Casa, Minha Vida", diz o comunicado. (Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)