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Após ataques de traficantes, polícia prende dois em operação na Rocinha

Do UOL, em São Paulo

21/02/2014 08h37Atualizada em 21/02/2014 13h54

A Polícia Civil, com apoio de delegacias especializadas e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), faz uma operação na favela da Rocinha, na manhã desta sexta-feira (21). A ação buscava cumprir 16 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão, mas apenas duas pessoas foram presas. Pelas redes sociais, moradores da comunidade relataram que houve troca de tiros.

A ação da polícia acontece dias após um ataque de traficantes a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da favela.  Durante a madrugada de domingo (16), por volta das 3h30, um tiroteio deixou dois homens feridos. Segundo a assessoria da Coordenadoria das UPPs, na troca de disparos entre os traficantes vários transformadores foram danificados e parte da comunidade ficou sem energia.

O abastecimento só foi restabelecido às 18h de domingo. A companhia de energia Light informou que por causa dos confrontos e da operação da polícia, os técnicos só puderam começar a trabalhar a partir das 10h.

Policiais do Batalhão de Operações Especiais, do Batalhão de Polícia de Choque e de diversas UPPs foram ao local para um reforço no policiamento e fizeram incursões na comunidade. Segundo a PM, aproximadamente 150 homens trabalharam no esquema, que vai continuar por tempo indeterminado.

Durante a operação de reforço da polícia, o coordenador-geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), coronel Frederico Caldas, se feriu em uma queda. Ele teve que ser submetido a uma cirurgia para retirada de fragmentos de plástico, pedra e terra do olho direito do coronel e teve alta na segunda-feira (17).

Na operação, o coronel estava acompanhado da comandante da UPP da Rocinha, major Priscilla Azevedo, que também sofreu ferimentos. Ela teve um corte no pulso, mas não precisou ser levada para o hospital.

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, informou no domingo que o Estado não recuaria diante da tentativa de grupos criminosos de voltar aos locais que dominaram durante décadas.

A UPP da Rocinha foi inaugurada em 20 de setembro de 2012, mas os confrontos entre PMs e traficantes têm sido cada vez mais frequentes. Em julho do ano passado, o ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, 43, foi morto sob tortura por policiais da UPP após ser detido "para averiguação", apontou investigação da Polícia Civil. O corpo do morador nunca apareceu.

As UPPs do Complexo do Alemão e da Rocinha já estiveram sob fogo cruzado pelo menos 22 vezes desde 2012 --ano em que as quatro unidades do Alemão, na zona norte, e a da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, foram instaladas. O número é resultado de um levantamento feito pelo UOL com as ocorrências noticiadas pela imprensa neste período.

Comando Vermelho

Também nesta manhã, uma operação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Militar busca prender 16 acusados de integrar a facção criminosa Comando Vermelho. Segundo o MP, eles atuariam nos municípios de Teresópolis e Itaguaí e nas comunidades da Cidade Alta, Antares e Cidade de Deus, no Rio. Até as 9h, 12 pessoas haviam sido presas, segundo a PM. Na Cidade Alta, foram apreendidas drogas.

O grupo é acusado pela prática dos crimes de associação para o tráfico e tráfico de entorpecentes. De acordo com a denúncia, Rodrigo Bernardino Pacheco, conhecido como "2K", seria o líder da organização e o responsável pela negociação de cocaína e maconha do Rio para Teresópolis.