RS confirma 1ª morte causada pelas chuvas; homem desapareceu em Jacutinga
Foi confirmada a primeira morte devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Trata-se de José Lindomar, 40, desaparecido desde a noite da última sexta-feira (27), em Jacutinga (386 km de Porto Alegre), pequena cidade de 3,7 mil habitantes do norte gaúcho, quase na divisa com Santa Catarina.
O corpo do trabalhador foi encontrado nesta quarta-feria por mergulhadores do 7º Comando Regional de Bombeiros do município de Passo Fundo, no leito do rio Jacutinga. O cadáver estava a cerca de um metro de profundidade, a aproximadamente dois quilômetros do local em que desapareceu.
O corpo de Lindomar não apresentava ferimentos aparentes, e foi levado para a cidade de Erechim, onde passará por necropsia. Familiares reconheceram como sendo Lindomar.
"Tudo indica que ele morreu devido a afogamento", explica o coordenador regional da Defesa Civil, capitão Ney Câmara, que responde por 84 cidades da região norte do Estado.
Irmãos reportaram desaparecimento de Lindomar na última sexta-feira
Era noite da última sexta-feira (27) quando os irmãos Anderson, 20, e Rafael, 24, deram falta do mais velho. Órfãos de pai e mãe, eles tinham o primogênito como seu responsável.
Trabalhando ultimamente com o tio no corte de lenha, Lindomar não se importou com a chuva forte que caia na sexta à noite e foi até uma propriedade vizinha. Mas não retornou mais para casa.
Moradores do bairro Nossa Senhora Aparecida, os Silva residem próximo ao rio Jacutinga, que dá nome ao município. Naquela noite, o rio chegou perto de transbordar do seu leito - que no local deve medir quatro metros de profundidade -, ficando a poucos centímetros da ponte que o cruza, perto da casa de Lindomar.
"Estava escuro. A ponte fica a uns 50 metros da casa deles. Pra mim ele se perdeu e caiu", contou o tio, João Carlos dos Santos.
No sábado as buscas começaram. Amigos, parentes e vizinhos ajudaram na procura, mas apenas uma pista de Lindomar havia sido encontrada: um chinelo. "É igual ao que ele usava. Encontraram perto de uma árvore, na descida do rio", afirmou Anderson, o irmão mais novo.
"Aquele dia o rio estava bem alto e violento. Mais abaixo ele desemboca no rio Erechim e, depois, no rio Uruguai", lembra o coordenador municipal da Defesa Civil e secretário de Administração de Jacutinga, Dimas Tortelli.
Segundo ele, apesar de a chuva ter gerado muito transtorno no município - ele estima que tenha caído cerca de 500 milímetros de precipitação - apenas cinco famílias tiveram que deixar suas casas. "Temos problemas em estradas, pontes, boeiros. Lavouras que foram perdidas. Mas o pior é o que está acontecendo com esses rapazes."
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