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Jovem que pegou carona com PMs suspeitos de matar menor está desaparecido

Do UOL, no Rio

22/07/2014 12h50

A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou inquérito para investigar o desaparecimento de um dos três menores levados pelos PMs Fábio Magalhães e Vinícius Lima para o alto da estrada do Sumaré, no Rio Comprido, zona norte da cidade, no dia 11 de junho. Os PMs foram presos no dia 17 de junho.

Além do adolescente que sumiu (a identidade ainda não foi confirmada), um foi morto e o outro, baleado. Todos eram suspeitos de cometer assaltos no centro do Rio e haviam sido capturados pelos policiais. O corpo de Mateus Alves, 14, foi encontrado cinco dias depois em um matagal próximo à estrada do Sumaré.

Uma câmera instalada dentro do carro policial mostra os últimos momentos do jovem que desapareceu. Após ser liberado pelos PMs no alto do Sumaré, o menor caminhava pela estrada que dá acesso ao local, descendo o morro, quando os policiais passaram por ele.

Os policiais dão carona para o rapaz até a Lapa, recomendando que ele não comente o ocorrido: "Se tiver alguma fofoca ali na Uruguaiana de que tu veio aqui em cima com a gente, a gente vai atrás de tu. Escutou? Vai fingir que nada aconteceu", diz o cabo Magalhães.

As imagens captadas pela câmera do carro foram divulgadas no domingo (20) pelo "Fantástico", da TV Globo. Os dois policiais militares foram indiciados pelo delegado Rivaldo Barbosa, titular da Delegacia de Homicídios, por homicídio, tentativa de homicídio e ocultação de cadáver. Os dois serão ouvidos nesta terça-feira (22) sobre o adolescente desaparecido.

Vídeo mostra perseguição a menores

O vídeo mostra a perseguição a dois adolescentes suspeitos de furto no centro do Rio, seguida da captura dos dois e de mais um jovem --o mesmo que viria a desaparecer-- que, segundo Lima afirma, "ficou de longe assim, olhando" a perseguição.

Em seguida, com os três no carro, os PMs combinam de "ir lá pra cima" –em referência ao Morro do Sumaré—"descarregar a arma um pouquinho". Ao chegar ao morro, que fica dentro da Floresta da Tijuca, eles fazem três paradas. Na última delas, as imagens gravadas pela câmera do veículo são interrompidas.

Após o corpo do adolescente morto ter sido encontrado, cinco dias depois do fato, a Polícia Civil começou a investigação e descobriu que ele havia sido detido pelos PMs. A partir de então, as investigações focaram nos dados fornecidos pela câmera e GPS do carro.

Os dois policiais foram presos no dia 17 de junho, e a investigação está a cargo da Divisão de Homicídios. O outro adolescente disse que sobreviveu aos tiros se fingindo de morto e chegou a participar da reconstituição do caso. (Com Agência Brasil)