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Corpo de policial morto no Complexo do Alemão será enterrado nesta sexta

Douglas Corrêa

Da Agência Brasil, no Rio

12/09/2014 11h13

O corpo do policial militar Uanderson Manoel da Costa, 34, morto em confronto no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, será enterrado nesta sexta-feira (12), às 16h, no mausoléu da corporação, localizado no cemitério Parque Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da capital fluminense. Uanderson era o comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade Nova Brasília.

O militar foi ferido por um tiro no peito por volta das 17h30 de ontem (11), durante confronto entre PMs e criminosos em uma área conhecida como Largo da Vivi. Ele foi socorrido em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Complexo do Alemão e transferido às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte. O oficial morreu durante cirurgia. Ele estava sem colete de proteção no momento em que foi baleado.

Desde a última madrugada, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e de outras UPPs da região fazem buscas para localizar os atiradores. O primeiro suspeito foi detido durante incursão na favela da Vila Cruzeiro. Ele foi identificado como Cassiano da Silva, 20.

Na versão da polícia, Cassiano arremessou um artefato explosivo contra um dos carros da Polícia Militar que patrulhavam o largo da Vivi. O suspeito foi reconhecido por outros PMs que participaram do ataque de ontem. O artefato não explodiu. Cassiano teve a prisão temporária decretada por 30 dias pelo juiz Vinicius Marcondes de Araújo, do Plantão Judiciário.

Silva integrava a corporação havia 11 anos e já havia trabalhado em três batalhões operacionais. Há três meses, ele ocupava o cargo de comandante da UPP Nova Brasília. Ele era casado e tinha uma filha. Essa é a primeira morte de um comandante de UPP desde o começo da política de ocupação, iniciada em 2008.

Antes da morte de Silva, 12 policiais militares já haviam morrido em áreas com UPPs em cinco anos, sendo a maioria nos complexos do Alemão e da Penha, ambos com quatro mortes cada um.

O governador e concorrente à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta sexta que, na avaliação do governo, traficantes de drogas "tentam, a todo custo", desmoralizar o programa" --em referência aos sucessivos ataques contra a PM em favelas com UPPs. "Tentativas como essa não nos intimidam", comentou.