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Polícia apura a morte de 30 gatos em uma semana em Piracicaba (SP)

Protesto contra a morte de gatos em frente ao cemitério de Piracicaba (SP)  - Divulgação
Protesto contra a morte de gatos em frente ao cemitério de Piracicaba (SP) Imagem: Divulgação

Wagner Carvalho

Do UOL, em Bauru (SP)

28/10/2014 18h55

A Polícia de Piracicaba (138 km de São Paulo) investiga a morte de 30 gatos em uma semana no cemitério da cidade. Segunda-feira (27) pelo menos 300 pessoas, de acordo com os organizadores, protestaram caminhando pelas ruas internas do local com velas acessas, camisetas pretas e cartazes na mão para pedir o fim do extermínio dos animais.

Eles disserem que os cadáveres dos gatos apresentavam sinais de crueldade. Os ataques contra os animais estaria ocorrendo desde segunda-feira (20).

“Muitos gatos tiveram as patas amarradas e foram esticados até a morte, outros foram abatidos com pauladas, pedradas e alguns foram cortados ao meio”, diz Maria Alice Brunesco que esteve com os dois filhos e o marido na manifestação.

“Tudo tem acontecido muito rápido, todo dia tem notícias de vários animais que são encontrados mortos no cemitério, na segunda-feira [ontem] a quantidade de animais mortos foi desesperadora, em uma noite foram 12”, afirma.

As análises necroscópicas feitas nos animais mortos na última semana confirmaram que a causa das mortes foi violência.

“Os filhotes tem sido as principais vítimas”, diz a funcionária pública federal Elcian Granado, que atua na Equipe dos Cuidadores de Gatos do Cemitério da Saudade.

A Prefeitura de Piracicaba decidiu afastar dois servidores que atuam no local, o chefe do setor de cemitérios e o zelador e ainda um encarregado de limpeza prestador de serviço.

O secretário de Defesa do Meio Ambiente, Rogério Vidal e Silva, afirmou não existir nenhuma suspeita de que os funcionários tenham ligação com a morte dos gatos. 

De acordo com ele, o que existe é um problema de relacionamento entre eles e o Equipe dos Cuidadores de Gatos do cemitério da Saudade e das Ruas de Piracicaba.

A cuidadora Elcian Granado afirma que com os funcionários afastados não havia diálogo.

“Infelizmente a gente vem sendo maltratada por eles há muito tempo. Enviamos para a prefeitura o pedido de afastamento de outros dois servidores pelo mesmo motivo”, diz.

“Há pouco mais de quatro anos, tínhamos aqui no cemitério uma população de aproximadamente 600 gatos. Graças ao trabalho de castração e adoção responsável temos hoje um terço desse número”, afirma.

De acordo com Elcian, os animais que vivem no local recebem ração e são castrados e monitorados constantemente pelos voluntários.

A pena para quem comete maus-tratos a animais pode variar de três meses a um ano de prisão.