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No Rio, PM sofre atentado ao chegar em casa; em três dias, 9 foram baleados

Do UOL, no Rio

27/11/2014 10h04

O policial militar Alexandre dos Santos Alves foi baleado na noite desta quarta-feira (26), em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Lotado no batalhão de Niterói (12º BPM), cidade vizinha, o policial foi atacado no momento em que chegava em casa e sobreviveu. Esse foi o 9º caso de PM baleado desde a última segunda-feira (24). Dois deles morreram.

Segundo a corporação, criminosos se aproximaram do carro particular de Alves e efetuaram os disparos. Ele foi socorrido em um hospital da região e precisou passar por uma cirurgia. Ainda não há informações sobre as circunstâncias do crime.

Também nesta quarta, um outro policial do batalhão de Niterói foi atingido por um disparo na perna durante confronto com traficantes da comunidade da Grota, no Largo da Batalha. Ele foi socorrido ao Hospital Azevedo Lima e passa bem.

Pouco antes, houve uma tentativa de assalto na rua Chaves Pinheiro, no Cachambi, zona norte do Rio, onde mais um PM foi baleado.

Na manhã de quarta, um sargento do Batalhão de Choque e um subtenente do 9º BPM (Rocha Miranda) foram atingidos por disparos em uma tentativa de assalto que terminou com a morte de um pedestre na avenida Francisco Bicalho, no centro do Rio. Os policiais sobreviveram.

O mesmo não ocorreu com o soldado do 41º BPM (Irajá) Anderson de Senna Freire, que morreu na madrugada de quarta após ser atacado em Guadalupe, na zona norte da cidade, na noite de terça-feira (25).

O tiroteio que vitimou Freire ocorreu no momento em que policiais patrulhavam pela avenida Brasil. Um outro veículo se aproximou do carro policial, e criminosos efetuaram vários disparos contra o alvo. Freire foi atingido na cabeça e morreu no hospital. Ele estava na companhia de um outro PM, identificado como Bruno de Moraes, atingido no ombro esquerdo. Moraes não sofreu consequências mais graves.

Ainda na terça à noite, um PM foi atingido em tiroteio na rua do Livramento, na Gamboa, zona portuária da capital fluminense. Um dia antes, o soldado Ryan Procópio, 23, foi sequestrado, torturado e assassinado por traficantes da favela Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste do Rio.

O corpo de Ryan foi encontrado no porta-malas do carro da vítima, abandonado pelos criminosos nos arredores da avenida Brasil. Além dos sinais de tortura, houve disparos de fuzil e pistola contra o policial. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

PM Ryan Procópio - Pedro Teixeira/Agência O Globo - Pedro Teixeira/Agência O Globo
Carro de Ryan Procópio, 23, foi encontrado na rua Vigilante Fortunato, nas proximidades da Avenida Brasil, em Bangu, na zona oeste. O corpo dele estava trancado no porta-malas
Imagem: Pedro Teixeira/Agência O Globo

57 PMs assassinados em 2014

Pelo menos 57 policiais militares foram assassinados no Rio de Janeiro no período entre janeiro e novembro deste ano, segundo estatísticas da corporação. Os dados mostram que a maioria dos PMs que morreram em 2014 teve o homicídio como causa mortis. No geral, foram 102 policiais mortos neste ano, sendo que pouco mais da metade foram assassinados. Desses, 41 estavam de folga e morreram por conta da atividade policial --eles foram reconhecidos por criminosos ou reagiram a assaltos, por exemplo. Já 16 morreram em confronto.

Desde o início do ano, a segurança pública fluminense está em crise por conta dos sucessivos atentados criminosos ocorridos no Estado, principalmente nas grandes favelas da capital fluminense que contam com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

Os dados da Polícia Militar não permitem uma comparação com o ano de 2013 porque, entre os 111 PMs que estavam de folga e morreram no ano passado, não foram diferenciados os assassinatos de outras circunstâncias diversas. Já em relação a confrontos em serviço, 14 policiais morreram no período entre janeiro e dezembro de 2013. (Com Agência Estado)