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Pezão admite crise hídrica, mas descarta sobretaxa por consumo de água

O reservatório de Santa Branca, um dos quatro que abastecem o Rio de Janeiro, foi o segundo a atingir o volume morto - Nilton Cardin/Estadão Conteúdo
O reservatório de Santa Branca, um dos quatro que abastecem o Rio de Janeiro, foi o segundo a atingir o volume morto Imagem: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

28/01/2015 12h57Atualizada em 28/01/2015 13h13

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), descartou a implantação de uma sobretaxa pelo consumo de água no Estado, a exemplo do que já vem sendo feito em São Paulo. “Não penso em sobretaxa agora, no mês de janeiro ou fevereiro”, afirmou Pezão, após reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), em Brasília, nesta quarta-feira (28). Mesmo descartando a cobrança, o governador admitiu que o Rio de Janeiro enfrenta uma crise hídrica. "A gente depende do rio Paraíba do Sul. Se São Paulo atravessa (crise hídrica), a gente também atravessa", afirmou.

A cobrança de multa por consumo acima da média do ano anterior já foi implantada em São Paulo e será implementada em Minas Gerais, dois Estados que também enfrentam crise hídrica. Pezão disse que, se o nível dos reservatórios do Estado não aumentar em até maio, o governo estuda adotar novas medidas para conter a crise.

Os reservatórios de Santa Branca e de Paraibuna, atingiram o volume morto nos últimos dias, segundo boletins do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O rio Paraíba do Sul chegou, nesta semana, ao seu menor nível histórico para está época do ano. O volume de água dos reservatórios do rio, que abastecem cerca de 15 milhões de pessoas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, caiu para 0,61% na segunda-feira (26), segundo a ANA (Agência Nacional de Águas).

Pezão disse que apresentou uma série de projetos para aumentar a capacidade de preservação e captação de água para atender os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro e do interior do Estado. Sem revelar valores, o governador fluminense afirmou que a presidente Dilma prometeu ajudar por meio de recursos para as obras.

Ele disse que  nenhuma das obras apresentadas à presidente e nem as que já estão em andamento são executadas em regime emergencial. “Nesse momento, as obras que a gente faz, dá pra ir no ritmo normal. Não é obra de emergência”, afirmou.

O governador também disse que a situação do Rio de Janeiro é apenas “um pouco melhor” que a dos Estados vizinhos. “[A situação do Rio de Janeiro é] um pouco melhor. Com essa seca aí, não tem ninguém melhor. É uma seca geral”, afirmou ao ser questionado sobre a ausência de medidas emergenciais para enfrentar a crise.

A reunião entre Pezão e Dilma também contou com a presença da ministra de Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Nesta quarta, Dilma já havia se reunido com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para tratar da crise hídrica no Estado.