Construtoras negociam venda do terreno do parque Augusta, em SP
As construtoras Setin e Cyrela aceitaram negociar com a Prefeitura de São Paulo a venda do terreno do parque Augusta, situado na região central da capital paulista. Segundo o promotor de Justiça Silvio Marques, do Patrimônio Público e Social, advogados das empresas participaram de uma reunião no Ministério Público Estadual na última sexta-feira (13) e ficaram de apresentar em duas semanas o valor que elas desejam receber pelo terreno.
“Setin e Cyrela estão tratando do assunto com o Ministério Público. As negociações estão avançadas”, afirmaram as empresas por meio de nota nesta terça-feira (17).
Silvio Marques disse que o valor do negócio terá como base avaliações do terreno que serão feitas pelo Ministério Público e pela prefeitura. Segundo o promotor, a administração municipal avaliou, em 2009, que o terreno valia R$ 55 milhões.
A área tem como restrição o tombamento [exigência de preservação] de árvores e edificações remanescentes do antigo colégio Des Oiseaux.
O parque foi criado por um decreto da prefeitura em dezembro de 2013, mas a Cyrela e a Setin projetaram erguer quatro prédios em cerca de um terço do terreno --o parque, com administração privada, ocuparia o restante da área.
O terreno é composto por dois lotes e possui 25 mil metros quadrados. Oficialmente, foi adquirido em setembro de 2013 por R$ 64.196.663. O presidente da construtora Setin, Antonio Setin, disse que, na verdade, as empresas compraram o imóvel do ex-banqueiro Armando Conde na década passada, mas não revelou o valor real do negócio.
Setin havia dito na semana retrasada que só aceitaria a desapropriação se a prefeitura pagasse R$ 240 milhões, mas o valor a ser pedido deve ser mais baixo.
Silvio Marques costurou as tratativas para que a prefeitura use na desapropriação recursos a serem enviados por bancos estrangeiros que movimentaram dinheiro do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP). Cerca de R$ 70 milhões dos bancos Citibank e UBS devem entrar na conta da administração municipal até o meio do ano. A alta do dólar eleva essa soma em reais.
Se a negociação for sacramentada, o parque ocupará a totalidade do terreno e será público, como reivindicam moradores da região e ativistas.
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