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Depois 14 horas, reféns são soltos e rebelião em presídio no Pará acaba

Presos encapuzados subiram no telhado e ameaçaram os reféns - Susipe-Pará/Divulgação
Presos encapuzados subiram no telhado e ameaçaram os reféns Imagem: Susipe-Pará/Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

24/04/2015 13h19

Depois de 14 horas de rebelião, presos do CRR (Centro de Recuperação de Redenção, localizado no sudeste do Pará) libertaram quatro agentes penitenciários que estavam sendo mantidos reféns e acabaram com o motim, nesta sexta-feira (24).

Segundo a Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado), a polícia não precisou invadir o CRR e, após negociação, os presos liberaram os reféns por volta das 11h.

O CRR tem capacidade para 120 presos, mas atualmente custodia 401 internos.

Durante o período que ficaram em poder dos presos rebelados, os agentes penitenciários foram agredidos, mas nenhum ficou gravemente ferido.

Os reféns receberam atendimento médico ainda na unidade prisional e depois foram encaminhados ao Hospital Regional de Redenção para avaliação médica mais precisa.

Os agentes penitenciários foram atacados e rendidos pelos presos por volta das 21h desta quinta-feira (23). Os servidores haviam retirado um preso da cela 12 do bloco B do CRR, que estava supostamente passando mal, e o levaram para a enfermaria.

Depois que o preso recebeu atendimento médico, quatro agentes retornaram com ele para o bloco carcerário quando foram atacados pelos detentos da cela e rendidos.

Com os agentes mantidos como reféns, os presos conseguiram abrir as outras celas e soltaram todos os demais detentos. Durante a rebelião, homens encapuzados subiram no telhado do CRR, de onde mostravam que estavam com reféns.

Eles também atearam fogo em parte do telhado e em colchões dentro do pavilhão. Os rebelados ainda invadiram a cozinha e quebraram pias e outros objetos.

Os presos reivindicaram melhorias no atendimento médico, transferência de outros internos e celeridade da Justiça no andamento dos processos.

A Susipe informou que homens da COE (Companhia de Operações Especiais) da PM (Polícia Militar) foram deslocados em aeronaves do Grupamento Aéreo de Segurança Pública para o presídio para reforçar a segurança.

Por volta do meio-dia, policiais e agentes penitenciários iniciaram a recontagem dos presos e a avaliação dos danos caudados pela rebelião na infraestrutura da unidade prisional.

A Susipe disse ainda que os líderes da rebelião já foram identificados e eles vão cumprir medidas disciplinares previstas na LEP (Lei de Execução Penal).