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Manifestantes fecham avenida Paulista para pedir legalização da maconha

Do UOL, em São Paulo

23/05/2015 18h12

Cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam na tarde deste sábado (23) uma das duas pistas da avenida Paulista, na região central de São Paulo. Elas participaram da Marcha da Maconha, que defende a liberação do uso da droga.

Os manifestantes deixaram o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo e caminharam até o largo São Francisco, onde fica a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Em defesa da legalização da erva e para protestar contra prisões e mortes, envolvendo o que o movimento classifica de guerra às drogas, os manifestantes usavam faixas e cartazes entre outros objetos.

Por meio de um trabalho artesanal de origami, feito em papel de seda, o grupo confeccionou um rolo de cerca de seis metros para simbolizar um cigarro de maconha aceso.

Segundo o tenente Markus Castro, comandante da operação, 21 policiais acompanharam a marcha em 18 motos e uma viatura.

Além dos policiais, uma equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) acompanhou o grupo. A marcha desceu a rua Augusta e a rua da Consolação para em seguida atravessar o viaduto do Chá até chegar ao largo São Francisco.

Questionado sobre o que foi acertado com os participantes do ato em relação ao consumo de maconha, o tenente Markus disse que "não tem que fazer acordo porque a lei proíbe".

"Não estamos no Masp fiscalizando o grupo para evitar provocações. Como está pacífico, não tem necessidade de ficar no meio. Queremos paz e amor", disse o oficial.

É a primeira vez da artista performática Julia Zumbano, 39, na Marcha da Maconha. Ela disse que levou o filho de cinco anos para participar por acreditar que o consumo da maconha deve ser encarado com naturalidade e sem hipocrisia.

"Trouxe meu filho para mostrar à sociedade que existem crianças que convivem com o uso medicinal e recreativo. É normal fumar. Maconha sempre existiu, é consumida há quatro mil anos, e sempre vai existir esse que é um vínculo muito grande do ser humano com a natureza", afirmou.

O evento acontece em 33 cidades e foi organizado por grupos que defendem o direito de usar a droga. O historiador Júlio Delmanto contou que o tema deste ano é pela liberdade de uso, pela legalização e contra as mortes.

“A gente marchava para poder marchar, mas depois que o STF [Supremo Tribunal Federal] autorizou as manifestações a gente saiu da defensiva, e nosso movimento cresceu muito”.

Segundo lembrou, em 2011, o STF garantiu o direito de as pessoas se manifestarem em favor da legalização. Para ele, a proibição das drogas é o que leva à violência. (Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)