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Greve de ônibus no DF afeta um milhão de pessoas

Passageiros esperam ônibus em parada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o prédio do Congresso Nacional ao fundo - Kleyton Amorim/UOL
Passageiros esperam ônibus em parada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o prédio do Congresso Nacional ao fundo Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Jéssica Nascimento

Do UOL, em Brasília

08/06/2015 10h11Atualizada em 09/06/2015 10h56

Cerca de 12 mil rodoviários do Distrito Federal cruzaram os braços nesta segunda-feira (8) e deixaram um milhão de passageiros sem ônibus, segundo o sindicato da categoria.

Os trabalhadores reivindicam um aumento de 20% no salário e 30% no tíquete refeição e plano de saúde familiar. As empresas, porém, oferecem 8,34% de reajuste salarial.

Os veículos clandestinos são a única opção para moradores da região norte da capital, mas o valor cobrado de R$ 10 por pessoa é salgado se comparado aos R$ 3 da tarifa regular.

O metrô expandiu a frota até as 9h30 com 24 trens. Depois deste horário, o número caiu para 15. "Iremos aumentar de acordo com a demanda. Se for preciso, colocaremos mais transportes a partir de 15h", informou a assessoria de imprensa da autarquia.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) liberou o trânsito nas faixas exclusivas para ônibus das estradas Parque Núcleo Bandeirante e Parque Taguatinga para todos os carros. As vias do Setor Policial Sul, da W3 Sul e da W3 Norte, de responsabilidade do Departamento de Trânsito (Detran), também estão liberadas. De acordo com a Secretaria de Mobilidade, a autorização para seguir pelos corredores vale até as 12h.

A greve foi decidida em uma assembleia realizada ontem. A Justiça do Distrito Federal determinou a circulação de 70% dos ônibus no horário de pico e 50% nos demais horários. Entretanto, a situação encontrada na manhã de hoje foi caótica. Paradas de ônibus lotadas e engarrafamentos quilométricos.

A multa diária por descumprimento da decisão da Justiça é de R$ 100 mil. Segundo o presidente do sindicato dos rodoviários Jorge Farias, a medida não foi efetivada pois as empresas não liberaram transportes especiais para a condução dos funcionários. As empresas negam a afirmação. "A greve é por tempo indeterminado. Ainda não recebemos nenhuma proposta", declarou Farias.

População prejudicada

"Entendo a questão da greve para os rodoviários. Mas os únicos prejudicados nessa situação são as pessoas que necessitam do transporte público", disse a terapeuta ocupacional Kammyla Novais, 24.

Ela precisou contar com a ajuda dos amigos para conseguir chegar ao trabalho. "Ainda bem que consegui uma carona. Porém, ainda não sei como vou conseguir voltar pra casa. Se os ônibus não voltarem, vou ter que me virar para arrumar outra carona".

O professor João Rodrigues, 35, precisou utilizar o transporte clandestino. Ele conta que desembolsou R$ 10. "Pago R$ 3 de passagem para ir de Sobradinho até a Rodoviária do Plano Piloto. É uma pena que os rodoviários não pensem no povo. Fiquei quase duas horas na parada".