Topo

AM prende suspeito de matar PM; ação pode ter iniciado série de homicídios

Thiago Castro da Gama, 25, preso na segunda-feira em Manaus - A Crítica
Thiago Castro da Gama, 25, preso na segunda-feira em Manaus Imagem: A Crítica

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

28/07/2015 11h41

A PM (Polícia Militar) do Amazonas prendeu, nessa segunda-feira (27), um dos acusados de participar da morte do sargento da PM Afonso Camacho Dias, 44, no último dia 17, durante assalto a uma agência bancária em Manaus.

Após a morte do policial, começou uma série de assassinatos na capital durante todo o fim de semana, com 35 mortes registradas e dez tentativas de homicídios. 

A prisão de Thiago Castro da Gama, 25, ontem, ocorreu após denúncias anônimas de que ele e outras duas pessoas – Itatiana Silva de Oliveira, 35, e Paulo Roberto Pinto Júnior, 28 – estavam em um carro amarelo na rua José Paranaguá, região central de Manaus.

A polícia não confirmou a suspeita de que ele seja o autor do crime. Segundo o órgão, o cerco foi montado porque havia um mandado de prisão contra ele em aberto por conta de um roubo de cargas. “Ele não foi detido por ser acusado da morte do sargento”, afirmou o comandante da 24ª Cicom (Companhia Interativa Comunitária), o capitão Rayleno Pereira.

Apesar disso, ele confirmou que Gama é a mesma pessoa que teve a foto divulgada via redes sociais e WhatsApp como o assassino do sargento. "Ainda estamos investigando essa informação, mas ele negou a participação no assalto”, disse o capitão.

Há dois meses, Gama roubou R$ 100 mil em mercadorias na região portuária e a Justiça expediu mandado de prisão contra ele. O acusado está preso na sede da Delegacia Especializada em Roubos Furtos e Defraudações de Manaus, mas deverá ser transferido para uma unidade do sistema prisional nos próximos dias.

O delegado Adriano Félix, da Roubos e Furtos, não confirmou se investigações já conseguiram apontar Gama como participante da ação que matou o sargento Camacho. Segundo a polícia, Itatiana e Paulo Roberto foram detidos, prestaram depoimento, mas já foram liberados. Paulo Roberto era o motorista do carro em que estava Gama e foi preso por desacato à autoridade.

"Os três são as mesmas pessoas que tiveram as fotos divulgadas, mas não há como provar ainda o envolvimento deles. Também não sabemos de onde essas fotos partiram. Estamos investigando se há prova que coloque essas pessoas no momento do crime", disse o delegado.

Ligações entre as 35 mortes

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) investiga se os assassinatos têm ligações e se foram executados por grupo de extermínio para vingar a morte do militar. No mesmo dia, o preso Hudson de Souza Lopes morreu decapitado pela facção criminosa Família do Norte, durante disputa por tráfico de drogas no Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade), localizado no km 8 da rodovia BR-174, em Manaus.

O governador do Amazonas, José Melo de Oliveira (Pros), afirmou que a série de crimes "pegou a segurança pública desprevenida" e que "ninguém esperava fatos daquela natureza". O secretário de Segurança Pública, Sérgio Fortes, admitiu que houve falhas de comunicação entre as polícias Civil e Militar e o comando das corporações para que fosse dado início às ações de combate à violência naquele fim de semana.

MP do Amazonas tem suspeitos para 35 mortes em Manaus