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Governo de MG diz que investigará violência em protesto; detidos são soltos

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

13/08/2015 09h16

O governo de Minas Gerais informou em nota, divulgada ainda na noite desta quarta-feira (12), que vai apurar com rigor os “lamentáveis fatos ocorridos na noite de hoje, no conflito com manifestantes contra a Prefeitura de Belo Horizonte pelo aumento das tarifas de ônibus”.

Na noite de ontem, cerca de 60 pessoas foram detidas após confrontos quando um grupo de cerca de mil manifestantes tentou se aproximar da prefeitura para protestar contra o aumento das passagens de ônibus na capital mineira, que passou de R$ 3,10 para R$ 3,40, no sábado (8).

“A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania está acompanhando os desdobramentos do conflito e participará diretamente da investigação a ser feita pelos órgãos competentes, incluindo a escuta livre de todos os envolvidos e a perícia das imagens obtidas pela imprensa e pelas câmeras de vigilância”, diz a nota do governo mineiro.

De acordo com a Polícia Civil, os manifestantes detidos durante os protestos foram liberados na madrugada desta quinta-feira. Cerca de 60 pessoas ficaram detidas em dois ônibus, até por volta de 3h, na entrada da Ceflan (Central de Flagrantes) da polícia. A Polícia Militar de Minas Gerais não comentou os conflitos.

Os manifestantes foram liberados após acordo entre a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e a Polícia Civil. O secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse que os manifestantes serão chamados para prestar depoimento, assim como policiais que participaram da operação.

Segundo nota divulgado pelos movimentos Tarifa Zero e Passe Livre BH, “às 3h09 desta madrugada foi liberada a última manifestante presa durante as manifestações.  Apesar da covardia que assistimos esta noite, anunciamos que continuamos nas rua”.

Repórter-fotográfico ferido

Durante o tumulto, o repórter-fotográfico do jornal “O Tempo”, de Belo Horizonte, Denilton Dias, foi atingido por uma bala de borracha na perna. Dia recebeu atendimento médico e ficará afastado do serviço por uma semana, em  razão do ferimento.

A direção do jornal e pediu uma investigação sobre o caso, por considerar que o trabalho da imprensa foi prejudicado. O jornal considerou também que houve excessos da polícia para conter a manifestação.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais disse que “o ataque e a intimidação a jornalistas é temerário no estado democrático de direito, tendo em vista a necessidade de preservação da liberdade de expressão e das garantias constitucionais da atividade jornalística”.