População dá nota abaixo da média aos ônibus de SP, mostra pesquisa Ibope
Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (22), Dia Mundial sem Carro, aponta que a população da cidade de São Paulo dá nota abaixo da média ao serviço de ônibus em todos os quesitos, apesar do aumento das notas 9 e 10 atribuídas a alguns itens do transporte municipal. A nota 5,5 é considerada a média do levantamento.
De acordo com a pesquisa de mobilidade urbana encomendada pela Rede Nossa São Paulo e pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a nota média mais alta foi atribuída ao item "limpeza, conservação e manutenção dos terminais de ônibus": 5,4. A lotação dos ônibus recebeu a mais baixa: 2,8.
A proporção de entrevistados que dá nota 9 e 10 para o item "limpeza, conservação e manutenção dos terminais" subiu de 5% em 2014 para 13% neste ano. Para o item "limpeza, conservação e manutenção dos ônibus", a soma das notas 9 e 10 aumentou de 4% para 10%.
O tempo de espera pelos ônibus está igual para 43% dos moradores, aumentou para 30% e diminuiu para 23%.
A nota média não foi alcançada em nenhum outro aspecto, área e serviço de locomoção. O item mais bem avaliado foi “quantidade de faixas de pedestres”, que recebeu 5,3.
Como melhorar a mobilidade?
Os dois itens mais citados como mais importantes para melhorar a mobilidade urbana na cidade de São Paulo são ligados ao transporte sobre trilhos, administrado pelo governo estadual. Praticamente metade dos entrevistados (49%) mencionou "construir mais linhas de metrô e trem ou ampliar as já existentes". Logo abaixo, citada por 45%, veio a medida "melhorar a qualidade do transporte por metrô". Em terceiro lugar, mencionado por 41%, apareceu o item "melhorar a qualidade do transporte por ônibus".
Um quarto dos moradores da cidade (25%) usa o transporte coletivo todos os dias, 19% utilizam quase sempre; 34%, de vez em quando; 15%, raramente; e 6%, nunca.
Mesmo com um número maior de citações em relação ao ano passado, o transporte caiu do sexto para o quinto lugar entre as áreas mais problemáticas da cidade na avaliação dos moradores. Ele foi citado por 27% dos entrevistados, contra 20% no ano passado.
Entre outros temas, a saúde, mencionada por 55%, é tida como a área mais problemática. A segurança pública (37%), a educação (33%), o desemprego (33%) e o trânsito (29%) apareceram à frente do transporte.
Tempo de deslocamento
De acordo com a pesquisa, o tempo médio para realizar todos os deslocamentos diários na cidade caiu de duas horas e 46 minutos em 2014 para duas horas e 38 minutos em 2015.
Praticamente metade dos moradores da capital paulista (48%) gasta ao menos duas horas por dia em seus deslocamentos.
O tempo médio de deslocamento para a atividade principal do dia ficou em uma hora e 44 minutos, mesmo resultado de 2014.
Vinte e oito por cento dizem que se deslocam a pé; 25% usam o transporte coletivo; 18% se movem de carro e 3% andam de bicicleta.
Caiu de 38% em 2014 para 32% em 2015 a proporção dos que dizem usar carro de passeio para se deslocar na cidade todos os dias ou em quase todos. Entre os que possuem automóvel, esse índice baixou de 56% para 45%.
Entre os usuários de carro, subiu de 71% em 2014 para 80% em 2015 a parcela dos que afirmaram que abandonariam o automóvel em caso de uma boa alternativa de transporte.
Medidas da gestão Haddad
De acordo com a pesquisa Ibope, no geral, as medidas tomadas pela gestão Fernando Haddad (PT) na área de mobilidade urbana contam com o apoio da população, com exceção, por enquanto, da redução da velocidade para veículos motorizados nas vias.
A grande maioria dos entrevistados (90%) se mostrou favorável à construção de faixas e corredores de ônibus. A parcela dos que se declararam a favor da utilização exclusiva de ruas e avenidas, como a Paulista, para lazer e circulação de pedestres e ciclistas aos domingos atingiu os 64%, ante 33% de contrários à medida.
A proporção dos favoráveis à construção e à ampliação de ciclovias e ciclofaixas ficou em 59%, contra uma fatia de 38% de opositores.
O percentual de entrevistados que dizem que não usariam bicicleta em São Paulo "de jeito nenhum" vem caindo. Eram 34% em 2007, 24% em 2014 e agora são 13%.
Quanto às medidas de redução da velocidade para veículos, 53% afirmaram ser contra; e 43%, a favor.
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