Promotor contesta Vale, que nega responsabilidade por desastre em Mariana
O MP (Ministério Público) de Minas Gerais reagiu nesta sexta-feira (11) a uma nota publicada pela Vale, dizendo que a mineradora “não se considera responsável” pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), matando 16 pessoas e deixando outras três pessoas desaparecidas, no maior acidente ambiental do país e o mais trágico acidente com rompimento de barragens nos últimos 30 anos no mundo.
A Vale divulgou a nota, na noite desta quinta-feira (10), poucas horas após o MP de Mariana ter entrado na Justiça com uma ação civil pública requerendo salário mensal, moradia adequada até 24 de dezembro, e assistência para cerca de 300 famílias no município, algo em torno de 1.000 pessoas.
Na nota, a Vale ainda critica o bloqueio judicial de R$ 300 milhões da Samarco. De acordo com a Vale, essa situação impede a mineradora de cumprir suas obrigações.
“Exaurir todos os recursos da Samarco só vai comprometer empregos, arrecadação de impostos e geração de divisas”, diz o comunicado da mineradora. A Vale ainda afirmou que as iniciativas do MP têm sido “precipitadas” já que, até o momento, as causas do desastre não foram esclarecidas.
Na nota, a Vale afirmou ainda que “nunca deixou de contribuir, ser transparente e prestar auxílio para minimizar as consequências do evento”.
"Quem está exaurida é a vítima desse desastre"
O promotor de Justiça de Mariana (MG), Guilherme de Sá Meneghin, afirmou nesta sexta-feira (11) que a Vale e a anglo australiana BHP Billinton foram incluídas na ação, não só pelo fato de serem proprietárias da Samarco, cada uma detendo 50% da mineradora, mas também porque o rejeito da mina de Alegria, em Ouro Preto (MG), distante 12 quilômetros de Mariana, também eram depositados na barragem de Fundão, que ruiu no início de novembro.
“A Samarco, Vale e BHP Billinton são responsáveis. A Vale e a Samarco jogavam os rejeitos na barragem de Fundão e, por isso, são responsáveis. E a BHP Billinton é também responsável por ter aferido lucros exorbitantes por causa das atividades de exploração do minério pela Samarco”.
“Quem está exaurida é a vítima desse desastre, não a Samarco, que lucrou bilhões nos últimos anos”, afirmou Meneghin.
“As famílias é que estão exauridas. São as vítimas é que estão no sufoco. Não a empresa (Samarco). Esses R$ 300 milhões bloqueados representam muito pouco no seu (da companhia) lucro”, disse o promotor.
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