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Seguranças são acusados de agredir menino por furto em supermercado de AL

Cliente socorre menino que foi arrastado e agredido por seguranças de supermercado em Maceió - Reprodução
Cliente socorre menino que foi arrastado e agredido por seguranças de supermercado em Maceió Imagem: Reprodução

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

15/01/2016 20h24

O MPE (Ministério Público Estadual) solicitou à Polícia Civil de Alagoas que instaure inquérito para investigar supostas agressões feitas por seguranças contra um garoto de 11 anos, acusado de furtar um desodorante de um grande supermercado em Maceió, na última segunda-feira (12).

Segundo testemunhas, o garoto foi agredido e arrastado desacordado por seguranças para o estacionamento da loja. As supostas agressões foram flagradas por clientes do supermercado GBarbosa Stella Maris, localizado no bairro da Jatiúca.

Nas imagens gravadas por uma testemunha e que o UOL teve acesso, o menor aparece supostamente desacordado enquanto é arrastado por um segurança da empresa de vigilância Preserve até o estacionamento da loja. Uma mulher grita pedindo que os seguranças parem as agressões e destaca que a vítima se trata de uma criança. Mesmo assim, o garoto continua sendo arrastado.

Durante a confusão, um homem questiona também a abordagem e se propõe a pagar o valor do desodorante, mas os seguranças não aceitam. Ao notar que está sendo filmado, o segurança solta o garoto e joga o desodorante em cima do menino. Um dos clientes socorre a criança e a coloca nos braços.

A promotora de Justiça, Dalva Tenório, da 59ª Promotoria de Justiça Criminal de Maceió, teve acesso às imagens e solicitou à Polícia Civil que um inquérito seja aberto para investigar o ocorrido. O caso foi remetido à Delegacia da Criança e do Adolescente.

"Pedi que seja iniciada a investigação por parte da autoridade competente, que trabalha na delegacia especializada. No documento, peço que sejam chamados o segurança que aparece nas imagens, a diretoria do supermercado e a vítima. Também será necessária a presença de testemunhas, haja visto que foram algumas delas que fizeram as filmagens", informou Tenório.

Como não houve registro de Boletim de Ocorrência na polícia, o MP está solicitando que testemunhas compareçam ao órgão para contribuir com as investigações.

A promotora destacou que a ação dos seguranças foi irregular e que o supermercado deveria ter acionado a polícia para o menor ser apreendido, caso a loja comprovasse o flagrante do roubo. "A agressão cometida contra ele foi um absurdo. Esse não é o caminho da ressocialização", destacou Tenório.

A Delegacia da Criança e do Adolescente afirmou que não poderá divulgar informações sobre o assunto por se tratar de um caso envolvendo um menor de 18 anos. O delegado Antonio Carlos Machado não estava na delegacia para comentar sobre o assunto.

Outro lado

O GBarbosa afirmou que está apurando o caso e destacou que os seguranças das suas lojas não têm autorização para praticar atos de violência nas suas dependências.

A reportagem também procurou a empresa Preserve Segurança, na tarde desta sexta-feira (15), mas foi informada de que não havia ninguém da direção para comentar sobre o assunto.